Siliane Vieira: perca o fôlego com o novo "Mad Max"

Confesso que estava com muito medo do que George Miller iria fazer com seu principal filhote (e uma das mais amadas franquias dos anos 1980) preparando um quarto Mad Max, 30 anos depois de Além da Cúpula do Trovão (que fechou a trilogia em 1985). Ao sair do cinema fiquei meio sem entender o que tinha acontecido com minha cabeça, mas com a certeza de que o velho cineasta australiano estava mais em forma do que nunca.

Mad Max: Estrada da Fúria é um dos filmes de ação mais legais que já vi, porque consegue manter os elementos clássicos dos anos 1980 (década do boom do gênero) orquestrando-os com todas as tecnologias disponíveis no cinema atual. Eu, que curto tanto o cinema contemplativo das simples histórias e dos simples seres, nunca imaginei que iria achar tão legar ver tanta explosão, tiro, carros e personagens freaks (ah não, desses eu sempre gostei).

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Não temos mais Mel Gibson, todos sabem. Tom Hardy, o novo Mad Max, mantém aquele estilo caladão e atormentado - mas com estilo. Protagonizando o longa com ele, temos ainda a deslumbrante Charlize Theron (a nova musa dos órfãos dos filmes de ação clássicos) na pele da Imperatriz Furiosa. Confesso que também me apaixonei pela capacidade da personagem em mesclar fúria, coragem, liderança e uma ótima pontaria, sem se tornar caricata ou masculinizada.

Ao redor deles, umas minas muito lindas (que representam a perpetuação da raça humana) e uma multidão de soldados com pinta de zumbis que lutam a mando do terrível Immortan Joe (ele usa longos cabelos brancos e uma máscara de oxigênio em formato de caveira, preciso dizer mais?).

Não dá para explicar muito sobre o que você vai ver na tela. Trata-se de uma perseguição alucinante com duas horas de duração. Vai sobrar poeira, fogo, explosão, carros, ferrugem, armas, tiros, leite (!), mas também vai ter uma história envolvente (que gera reflexão sobre a humanidade), boas atuações e movimentos de câmera que você provavelmente não sabia que existiam.

Veja no cinema, vai fazer toda diferença.