Se a luta por combustível era a válvula propulsora de toda a violência na icônica trilogia Mad Max, o quarto filme da série, que chega aos cinemas de Caxias nesta quinta-feira, traz um tesouro um pouco mais atraente: garotas. Sim, elas surgem capitaneadas por Furiosa (Charlize Theron) e representam a chance da perpetuação da raça humana - que está bem castigadinha nesse cenário pós-apocalíptico. Max (agora na pele de Tom Hardy) será importante instrumento para ajudar o grupo a fugir do terrível Immortan Joe (um irreconhecível Hugh Keays-Byrne, que viveu o vilão do primeiro Mad Max, de 1979).
O quarto filme da série surge exatamente 30 anos depois do último longa protagonizado por Mel Gibson na pele do ex-policial atormentado Max. Além do fato do novo protagonista também ser um ex-policial atormentado (que fica lutando com as vozes em sua mente), em Estrada da Fúria o diretor George Miller não traz muitas referências aos seus três filmes anteriores. Ok, temos muitos carros, muita poeira, muito fogo, e muito deserto também, mas isso era o mínimo que poderíamos esperar em se tratando de Mad Max, certo?
Nem bem o espectador é apresentado ao novo Max e ele já é capturado pelos capangas de Immortan Joe e levado a um lugar onde existe água e comida, mas somente para uso da família do vilão. Lá, ou você é povo (vivendo em condições estéticas semelhantes às dos garimpeiros de Serra Pelada, porém, sem nenhum ouro) ou é soldado (todos pálidos, carecas e magros, praticamente gêmeos daquele modelo Zombie Boy, só que um pouquinho mais feios). Max se vê em meio a uma verdadeira guerra quando Furiosa tenta fugir do lugar prometendo liberdade às garotas prisioneiras de Immortan. Se faz necessário um aparte aqui: todo mundo é muito feio e freak nesse filme, menos o grupo de garotas fugitivas, que parece ter saído de um desfile da Victoria's Secret direto para a Estrada da Fúria. Os marmanjos vão gostar.
Se você adorava os personagens nonsense dos demais Mad Max, vai se deliciar com alguns presentinhos preparados por George Miller. Além do bizarro Immortan (que usa uma máscara de oxigênio em formato de caveira), sua família tem um anão que não caminha (impossível não lembrar do personagem Master, de Mad Max 3) e um gordão com pernas muito inchadas (elas serão bem úteis em determinada cena). Também há um guitarrista medonho que toca o tempo inteiro preso a enormes caixas de som (a trilha do filme é basicamente feita por ele). E tem ainda o adorável Nux (Nicholas Hoult), que parece bem mais "mad" que o próprio Max, pelo menos até encontrar o amor (romance deveria ser proibido neste tipo de filme, né?).
Praticamente não há parada em Mad Max 4, a tal estrada do título é onipresente na história. As cenas de ação, que ocupam 95% do filme, são impressionantes, e fazem a longa espera dos fãs ter valido a pena. A tecnologia 3D é bem empregada e, a cada carro destruído, o espectador tem a impressão de ter engolido algumas peças de ferro velho. Ah, também é aconselhável levar uma garrafinha de água ao cinema. Tanta poeira dá sede.
Cinema
'Mad Max: Estrada da Fúria' estreia em Caxias do Sul nesta quinta-feira
Quarto filme da série de George Miller é estrelado por Tom Hardy
Siliane Vieira
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: