"Quase noite. Cortinas diáfanas vestem janelas, e velas acesas criam ambientação mágica.
Deixar o vento lá fora, esconder lembranças indesejadas, viver bem de mansinho..."
O pequeno e poético texto acima, intitulado Instante para guardar, abre o livro Sutilezas e Outras Crônicas Diminutas (editora AGE, 136 páginas, R$ 30), que a escritora Rejane Romani Rech, 58 anos, autografa neste sábado, em Caxias do Sul.
Quinto livro da autora, Sutilezas... reúne 120 textos nos quais a escritora aprisiona instantes, lançando seu olhar aguçado sobre situações, cenários, rotinas e imprevistos, do frio do inverno serrano à casa em estilo enxaimel no sopé do morro. A obra, conta Rejane, nasceu por acaso. Insatisfeita com a superficialidade de alguns posts que via no Facebook, resolveu dar sua contribuição para mudar esse cenário e começou a postar pequenos textos, inspirados em momentos cotidianos:
- Há tanta poesia ao nosso redor e às vezes não notamos isso - diz.
Aos poucos, surpreendeu-se com a boa receptividade dos posts, as numerosas curtidas e comentários. Percebendo o valor estético do material, postado ao longo dos últimos dois anos, acabou decidindo transformar em livro aquelas prosas poéticas diminutas (e algumas nem tão diminutas assim, como lembra a autora).
Ex-professora de inglês e literatura - e autora também da novela Amor de Estudante, das coletâneas de contos Antes que Seja Tarde e Sê Como Sândalo e do romance Mulheres e Destinos -, Rejane sempre foi uma leitora ávida, e comemora a experiência que começou nas páginas da rede social e migrou para as páginas de papel: isso mostra, avalia, que a internet também pode ser um espaço para incentivar a leitura.
- São sementes que a gente vai colocando - define.
E o que Rejane lê? Além de ser fã de Clarice Lispector, ela conta que ultimamente tem adorado ler o trabalho da escritora portuguesa Inês Pedrosa, entre outros.
O lançamento de Sutilezas e Outras Crônicas Diminutas será às 18h30min deste sábado, na Do Arco da Velha Livraria e Café (Rua Dr. Montaury, 1.570), em Caxias do Sul.
