A vontade de viver de forma diferente é resultado das pressões do dia a dia e da falta de habilidade das pessoas em controlar as próprias vidas. A maioria das pessoas sente o peso das obrigações, no entanto, nem sempre desenvolvem ações práticas para mudança. De acordo com a psicóloga Ana Cláudia Zampieri, especialista em psicologia social e institucional, são as pressões do trabalho diário que fazem as pessoas repensarem sobre o que querem para as próprias vidas.
- O próprio trabalho está cada vez mais exigente com as pessoas, na questão de metas, cobrança por resultado, muita responsabilidade. Isso tem feito as pessoas repensarem: a gente trabalha, afinal de contas, para quê? Vejo muita gente que trabalha muito, ganha um monte, mas não consegue tirar férias ou curtir um final de semana - relata a psicóloga.
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A instabilidade financeira, risco do desconhecido e falta de planejamento são tópicos que impedem que as pessoas deem um salto da vontade para a ação. A acomodação na realidade onde se encontram cria a ideia de que é mais fácil sobreviver da mesma forma do que arriscar a transformação do estilo de vida.
- Eu vejo muito o desejo de largar tudo. Também em função da vida profissional invadir a vida privada. O uso da tecnologia, por exemplo, uma vez olhávamos e-mails uma vez por semana. Agora você está na praia ou jantando, e lendo e-mails profissionais. Mas eu vejo muito mais um desejo de mudança do que a mudança propriamente dita - declara Ana Cláudia.
A psicóloga também explica que muito em função do ritmo desenfreado, doenças como depressão e síndrome do pânico tem aumentado muito. Ela explica que o importante é manter o equilíbrio em todas as esferas da vida.
- O principal é a pessoa conseguir colocar limites para ela própria. O abuso não vem por parte da empresa ou do mercado, e sim da própria pessoa que não coloca esses freios. O indivíduo precisa conhecer e impor esses limites para tudo aquilo que for abusivo - orienta.
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