Com 30 anos contados desde o lançamento do seu primeiro álbum, não é nenhuma novidade dizer que o Barão Vermelho embalou diferentes gerações. O público do show que o grupo fez na noite desta sexta, em Caxias, foi uma prova disso. Tinha gente que recém começou a sair, como Gabriella Bonato Melo, 15 anos, que estava num show "grande" de rock pela primeira vez. E tinha coroa se sentindo adolescente de novo:
- Vi eles no Guarany, em 1984, com o Cazuza. Hoje vai ser um showzaço - disse o empolgado Frederico Pedroni, 48.
Também teve quem veio em família. Ediane Mores, 44, foi ao show com o filho Lucas, de 16. Foi o guri quem convidou a mãe para ver o Barão.
- É muito legal saber que eu e ele estamos ouvindo as mesmas músicas - disse ela, minutos antes da banda ser anunciada no palco da All Need Master Hall.
Cerca de 2,3 mil pessoas se aglomeravam na pista e arredores quando o riff matador (e bem mais pesado que lá em 1984) de Por que a Gente é Assim? ecoou na casa noturna, às 23h47min. Frejat e trupe emendaram Ponto Fraco e Pense e Dance antes de saudar os presentes. O vocalista explicou que a turnê era comemorativa ao aniversário do primeiro álbum da banda e revelou que iriam rolar vários clássicos ao longo da noite, inclusive alguns covers de canções importantes:
- Que é para esta molecada saber como que é!
O público que no início parecia tão animado - a primeira intervenção de Frejat chegou a ser interrompida por gritos de "Barão!, Barão!" - pareceu um pouco apático em outros momentos. Canções menos famosas do repertório dos cariocas, como Billy Negão, Política Voz e A Chave da Porta da Frente foram ignoradas por uma parcela expressiva dos presentes. A empolgação, porém, se reergueu com as noventistas Por Você e Puro Êxtase, e em clássicos absolutos como Bete Balanço e Maior Abandonado.
A performance do Barão na acústica Bilhetinho Azul demonstrou que o entrosamento não se perdeu e que a diversão continua prioridade, mesmo depois de 30 anos. Com Frejat tocando violão e cantando no microfone central, os demais integrantes se dividiram em outros dois microfones para entoar os banking vocals tradicionais da canção. Um espetáculo.
Mesmo com o som que não estava grandes coisas - Frejat chegou a se desculpar por sua guitarra, que estava com um "barulho inacreditável" - a banda não deixou a peteca cair em nenhum momento. No palco, o Barão mostra movimento, vigor e, principalmente, potência.
O bis - mesmo sem um grande coro que o solicitasse - aconteceu. E foi matador. Sessão Cazuza com Codinome Beija-Flor e O Tempo Não Para, mais cover de Raulzito em Tente Outra Vez e final completamente apoteótico com Pro Dia Nascer Feliz. Entretanto, foi a única música inédita da apresentação, Sorte e Azar, entoada lá no meio do repertório, que guardou a sensação do pós-show: "e se por acaso for bom demais, é porque valeu".
30 anos
Barão Vermelho desfila clássicos para casa lotada, em Caxias
Cerca de 2,3 mil pessoas assistiram a apresentação do grupo na All Need Master Hall
Siliane Vieira
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