As bodas de platina, pelos 65 anos de união, foram celebradas no final de novembro, mas sempre é tempo de recordar de uma história que mescla amor, trabalho e coragem. Assim pode ser resumida a trajetória do casal Aldo Antônio Santini, 89 anos, e Mafalda Montemezzo, 85.
Filho de Virgílio Santini e Docelina Onsi Santini, seu Aldo nasceu na localidade de Cerro da Glória, em Vila Cristina, em 17 de junho de 1935. Foi foi o sexto de uma prole de nove irmãos, completada por Amélia, Armando, Dário, Tereza, Flora, Lucinda, Otávio e Nelson, todos já falecidos.
Já dona Mafalda nasceu em 30 de maio de 1939, no Menino Deus, paróquia de Forqueta. Filha de Abel Montemezzo e Domingas Boschetti Montemezzo, Mafalda foi a terceira de cinco irmãos: Primo (in memoriam), Alcides, Clélia e Armindo (in memoriam).
– Nós nos conhecemos em um domingo, durante o terço na igreja. Eu e o Aldo morávamos longe, mas ele vinha a cada 15 dias, de cavalo, por uma estradinha quase toda cercada de mato, só para me ver. Namoramos por quatro anos antes de casar – recorda dona Mafalda.
FESTA EM DOIS TURNOS
O casamento ocorreu em 21 de novembro de 1959, na Igreja Menino Deus, paróquia de Forqueta, região marcada pela forte influência da colonização italiana.
– Quem celebrou nossa união foi um padre passionista, vigário da paróquia de Forqueta. A festa foi dividida: de manhã, na casa dos pais da Mafalda, em Menino Deus. À tarde, na casa dos meus pais, no Cerro da Glória – detalhou seu Aldo.
Após a união, o casal morou por um ano em Cerro da Glória, com os pais de Aldo. Com muito trabalho e sacrifício, os dois adquiriram posteriormente suas próprias terras na mesma região, onde viveram por 15 anos.
Aldo dedicava-se ao trabalho na roça e ao transporte de mercadorias, levando milho, feijão, aipim, batatas e hortaliças para vender na cidade. Durante o rigoroso inverno, enfrentava viagens de até quatro horas em uma carroça puxada por duas mulas (a Roana e a Ferreira) – muitas vezes vendo as alfaces congelarem no trajeto até Caxias.
Essa rotina tornou-se mais fácil quando ele conseguiu comprar um jipe. Além disso, Aldo contribuía na cantina do Cerro da Glória, enquanto Mafalda cuidava das vacas, galinhas e porcos, e auxiliava no cultivo dos parreirais.
MUDANÇA PARA "A CIDADE"
Há 52 anos, em 1972, Aldo e Mafalda decidiram deixar a colônia para recomeçar a vida em Caxias do Sul. A mudança foi feita de caminhão, levando as filhas, o cachorro, algumas lenhas e poucos pertences. Com coragem, hipotecaram as terras para comprar uma casa simples na cidade.
Aldo dedicou-se à profissão de pedreiro, ofício que abraçou com paixão, enquanto Mafalda trabalhou na Peleteria Cordeiro e, posteriormente, na Metalúrgica Arti’nox, até alcançar sua sonhada aposentadoria.
Ao longo dos anos, Aldo construiu várias outras casas, incluindo uma nova moradia para a família, ao lado da primeira, onde o casal reside até hoje, no bairro Floresta.
A FAMÍLIA
Aldo e Mafalda tiveram cinco filhas: Salete, Marisete, Bernardete, Janete e Glória, que lhes deram nove netos (Michel, Karen, Anderson, Greicy, Kimberly, Vanglês, Felipe, Henrique e Júlia) e dois bisnetos (Marina e Miguel).
– Com amor e gratidão, prestamos esta homenagem a Aldo e Mafalda, celebrando não apenas os anos de convivência, mas o exemplo de vida que representam. Que sua dedicação e generosidade continuem inspirando todos nós – destaca a família.
OURO E DIAMANTE
:: Em 21 de novembro de 2009, Aldo e Mafalda celebraram as bodas de ouro, pelos 50 anos de casados, na Igreja Santa Rita de Cássia, com a presença do padre Geraldo Boniati, familiares e amigos.
:: Dez anos depois, em 21 de novembro de 2019, foi a vez das bodas de diamante (60 anos de união), comemoradas na Igreja Nossa Senhora de Caravaggio, com um almoço especial em família.
:: Já os 65 anos de casamento (bodas de platina) foram lembrados de forma mais intimista, na cozinha de Aldo e Mafalda, com uma torta especial, em 21 de novembro último (foto acima).