
O italiano Pietro Lorenzi nasceu em 13 de agosto de 1853, no Valli del Pasubio, antigo Valli dei Signori, na província de Vicenza, território de grandes batalhas na Primeira Guerra Mundial. Pietro foi o quarto filho do segundo casamento de Giovanni Battista Lorenzi com Catterina Camparmó. O irmão mais velho, Giovanni Lorenzi foi o primeiro da família a chegar na Colônia Caxias, em 1878, comprando o lote Nº 1 do Travessão Santa Teresa da Quinta Légua. Com a morte de Catterina, em 1855, Giovanni Battista Lorenzi casou pela terceira vez, em 19 de abril de 1855, com Catterina Scapin. O casal teve 6 filhos.
A terceira filha do casal, Emilia Lorenzi, casou com Giovanni Dal Bosco. Hábil construtor com pedras, Dal Bosco construiu o prédio da Casa de Negócios de Vicente Rovea, que viria a tornar-se, em 1924, o Hospital Carbone, e, desde 1996, sedia o Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami. Giovanni Dal Bosco também ajudou na construção da Catedral Diocesana, entre outras obras.
Emilia e Giovanni Dal Bosco chegaram a Colônia Caxias por volta de 1888, e se instalaram no lote Nº 2 do Travessão Santa Teresa da Quinta Légua, que fora reservado pelo cunhado Giovanni Lorenzi.
Pietro Lorenzi foi o último dos irmãos a chegar. Veio sozinho, sem a família, por volta de 1892, comprando parte da colônia n° 2, do Travessão Cristal, situado na localidade de Nossa Senhora de Caravaggio, da Terceira Légua de Caxias. Nesta localidade já estavam as famílias italianas Tizatto e Trentin. Escreveu então, para a esposa Maria Pozza vir ao Brasil, juntamente com os três filhos do casal, Pacífico (registrado João Lorenzi no Brasil), Catterina e Pietro. Maria e os filhos chegaram ao porto de Santos em março de 1894. Retornaram em seguida para a Itália, conforme informação do passaporte com data de 19 de março de 1894, expedido pelo Consulado de São Paulo.

Conforme informações dos netos Emilio Lorenzi, Luiz João Lorenzi e Evaristo Lorenzi, a sua bisavó, Maria Pozza, fugiu do Brasil com os filhos em 1893, por ocasião da Revolução Federalista que ocorreu no Sul do país de 1893 a 1895. Ao fim da Revolução, Pietro escreveu novamente para a esposa voltar ao Sul. Maria e os filhos chegaram então em agosto de 1896, conforme uma anotação feita atrás do passaporte de retorno para a Itália. João Lorenzi casou-se, mais tarde, com Genoveva Frassini.
Família
Pietro faleceu entre 1911 e 1912, em Caravaggio da Terceira Légua. Sua esposa, Maria Pozza, faleceu em 12 de maio de 1930, em Caravaggio da Terceira Légua. Segundo Gilmar Pedron Lorenzi, neto de João Lorenzi e Genoveva, o casal teve 12 filhos: Tranquilo, Pacifico Domingos, Riqueta (falecida ainda criança em 1913), Pedro, Henriqueta, Emilio, Severino, Luiz João, Octavia, Pierina, Evaristo e Hilário. Atualmente, somente está vivo o filho Evaristo, nascido em 2 de fevereiro de 1928. A casa construída por Pietro Lorenzi no lote Nº 2, em Caravaggio da Terceira Légua, queimou na tarde do dia 22 de abril de 1978.
Uma nova geração

João Lorenzi, além de agricultor, era habilidoso na arte de fazer cestas e móveis. Em 1915, foi nomeado Sacristão-mor da Capela de Caravaggio pelo Arcebispo Dom João Becker. Ao se casar, João comprou um terreno no Travessão Núcleo Louro, onde atualmente reside a família de Evaristo Matté. Em 1919, comprou 50 hectares no local, que atualmente faz parte do terreno que pertence à família de Armando Santini e de Inácio Finn.
Em 1949, João e Genoveva foram morar com o filho Severino. Em 1952, o filho Luiz João Lorenzi cedeu parte do seu lote para construir uma casa de madeira para os pais. Nesta residência faleceram em 10 de fevereiro de 1969, Genoveva Frassini Lorenzi, e em 18 de maio de 1973, João Lorenzi.