
As obras de restauração de um dos maiores símbolos da imigração italiana na Serra gaúcha, o centenário Casarão dos Veronese, em Flores da Cunha, completaram um ano no último mês de abril. Atualmente, os trabalhos estão voltados para a disposição da estrutura metálica do telhado, que deverá ser colocado nos próximos dias. A expectativa é que a inauguração do novo centro cultural do distrito de Otávio Rocha ocorra até abril de 2017, quando completam-se dois anos do início do restauro da residência.
Até o momento foi feita a consolidação das paredes de pedra, por conta dos problemas estruturais decorrentes do uso de barro durante a construção original. Conforme a agente cultural Cristina Seibert Schneider, contratada pela prefeitura para intermediar os trabalhos, após a colocação do telhado, a intenção é posicionar as esquadrias restauradas e iniciar a aplicação dos pisos.
– As paredes de pedra são originais e a estrutura metálica do telhado é contemporânea, justamente para marcar o que é o antigo e o que é novo. No restauro, não se faz imitação – explica Cristina.
Paralelamente aos trabalhos da cobertura, também está sendo construída a estrutura do elevador interno. A instalação do aparelho permitirá que os visitantes se desloquem com mais agilidade pelos três andares do casarão, além de oferecer acessibilidade a cadeirantes, por exemplo.
Na sequência abaixo, algumas imagens do projeto, disponibilizadas pelo empresário Paulo Ernesto Veronese.
120 anos depois, um "novo" casarão dos Veronese





Múltiplas atividades
O centro cultural será dividido em três pavimentos. Conforme a agente cultural, o térreo dará espaço a uma oficina de gastronomia, um bistrô e um espaço para mostras. As exposições se concentrarão, principalmente, no segundo andar. Já o antigo sótão da residência será utilizado como uma sala multiuso, com espaço para reuniões, atividades culturais e ensaios de grupos folclóricos.
Veronese, um século de história
Anexo
Um segundo prédio está sendo construído ao lado da residência para abrigar o setor administrativo e os banheiros. A estrutura será dotada de telhado verde, coberta por vegetação e flores. A edificação será ligada ao casarão por uma espécie de passarela.
Ordem de início das obras do Casarão Veronese, de Flores, será assinada
Custos
O custo da obra é de aproximadamente R$ 2,5 milhões, captados por meio de recursos da Lei de Incentivo à Cultura (LIC), com patrocínio das empresas Keko e Florense e da prefeitura de Flores da Cunha.


Desde 1895
O Casarão dos Veronese surgiu em 1895, dez anos após a chegada do imigrante italiano Felice Veronese ao então Travessão Marcolino Moura, hoje distrito de Otávio Rocha.
Inicialmente, a residência abrigou a família, um vinícola e também uma das primeiras fábricas de pólvora e foguetes do Brasil, a Veronese S/ A. Após se mudar para Caxias, os Veronese venderam o terreno para a família Galiotto, que manteve na propriedade alguns parreirais e usou-a para a criação de animais, com a casa servindo de depósito.
A construção foi tombada pelo patrimônio histórico estadual em 1986.
