Há quem prefira olhar só para o presente. Os resultados ruins, a campanha desastrosa na temporada. Muitas escolhas erradas e apostas que ficaram longe de dar certo. Dentro e fora de campo, o Juventude falhou demais. E o torcedor tem todo o direito de fazer suas contestações.
Só que, ao mesmo tempo, é preciso que quem acompanha o Juventude nos últimos anos, quem vivenciou o início da década passada, entenda e valorize a importância que Walter Dal Zotto Jr. e Osvaldo Pioner, que deixam seus cargos nesta noite, têm para a reconstrução do clube.
E aqui não fala alguém que quer ser o advogado de defesa dos dois. Apenas é necessário dimensionar o que representa recolocar um clube do interior gaúcho na Série A do Brasileiro, com suas próprias forças, sem um grande aporte financeiro. Permanecer em 2021 foi um feito gigantesco dada a disparidade com os adversários. A queda era natural, e acontecerá de forma dolorosa, por conta da campanha abaixo do esperado.
Só que muita coisa de bom ficou. Alguns jaconeros podem até achar que um maior investimento poderia ser feito no futebol, mas qual a garantia de que o desfecho seria diferente? O Avaí contratou Guerrero, Pottker e companhia, e está na mesma.
O Juventude apostou que poderia, de novo, fazer mais com menos. Dessa vez, não acertou. Mas o clube cresceu. Em infraestrutura, em uma série de questões que podem passar desapercebidas por quem vê de fora, mas são muito importantes para o futuro da instituição.
Mais forte, com as contas em dia e um trabalho de evolução, a volta à elite é questão de tempo. Waltinho e Pioner deixam sim um legado positivo, de que é possível, com transparência e seriedade, fazer um Juventude grande.