O Caxias tinha tudo para ter uma semana tranquila, com confiança em alta e repleta de boas notícias. Afinal, além de ter garantido a vaga na próxima fase da Série D do Brasileiro, o time voltará a contar com o apoio do seu torcedor para encarar o União Rondonópolis, no Centenário, no duelo de ida nas oitavas de final.
Porém, como tem sido uma constante no clube grená nos últimos anos, as crises surgem justamente nos momentos mais importantes, na hora das decisões. E, quase sempre, por culpa única e exclusiva do próprio Caxias.
Desta vez, a polêmica é quase que uma bola de neve. Desnecessária, vale dizer. Ela foi criada lá atrás, quando a direção não teve pulso firme para cobrar a vacinação do técnico Rafael Jaques. Enrolou, desconversou e, após os maus resultados, ainda citava o período de ausência do treinador como motivo para o desempenho do time.
O tempo passou e o cenário só ganhou novos personagens. O médico Rafael Lessa cumpriu com seu dever ao cobrar a vacinação. Algum torcedor grená até pode questionar se isso não deveria ter ficado apenas no vestiário. Mas, pelo que tem se visto, quem comanda o vestiário e o clube saberiam contornar a situação? A resposta é lógica.
Jaques e Ademir Bertoglio têm o direito de chegar ao presidente Paulo Cesar Santos e pedir que o médico não esteja mais nos jogos? A conversa pode acontecer, mas o dirigente tem que assumir a responsabilidade da decisão posterior.
O caso ganhou repercussão nacional e a nota divulgada na tarde desta quinta-feira (23) pelo clube, após o pedido de demissão de Lessa, não explica nada. Nem cita, de fato, os motivos que ocasionaram a saída. Fica tudo na interpretação externa, como já aconteceu outras tantas vezes nos últimos anos.
Nas entrelinhas, a nota só reafirma que o médico estava correto e demonstra como todo o processo foi (mal) conduzido.