Em um período tão diferente por conta da pandemia, o futebol cobra resultados imediatos, mas, ao mesmo tempo, não oferece tempo de trabalho. Calendário apertado, jogos em sequência e muita mais conversa do que a prática em si. Vira um quebra-cabeça de difícil solução.
Nas últimas semanas, fui um dos profissionais da imprensa que, após a eliminação da Copa do Brasil, via a saída do técnico Marquinhos Santos como inevitável para o Juventude. melhorar sua produção. De certa forma, entendia que o treinador não conseguiria tirar mais do grupo atual, mesmo com os reforços que estão chegando e ainda se adaptando.
Vieram as duas rodadas finais da primeira fase do Gauchão, e uma coisa precisa ser dita: o Juventude evoluiu. De forma ainda lenta, mas evoluiu. São 13 partidas na temporada, e nas últimas nove, apesar da queda na competição nacional diante do Vila Nova, o time teve apenas uma derrota, contra o São José-PoA. Os números são favoráveis. Por outro lado, o desempenho ainda oscila, mesmo dentro dos 90 e poucos minutos de uma partida. A equipe ainda não encontrou o equilíbrio ideal.
Nesta quarta-feira (28), em entrevista ao Show dos Esportes da Gaúcha Serra, valorizou o tempo de trabalho em uma semana cheia, como ocorre antes da semifinal do Gauchão contra o Inter. Afinal, dentro da sua estratégia e proposta com o jogo posicional, implantada ainda na Série C de 2019, é preciso de tempo para adaptação dos atletas. Alguns se encaixam melhor, outros têm maior dificuldade. E o mais importante é que o entendimento, seja ele de qual instância for, gere resultado. É assim que funciona o futebol.
Por tudo isso, independentemente de qual for o resultado final dos duelos contra o Inter, o grande desafio de Marquinhos é fazer seu time seguir em evolução. Se a classificação vier, melhor ainda. Os dois jogos podem, de forma definitiva, balizar se o treinador realmente fez por merecer a nova chance da direção alviverde, com o tempo necessário para chegar na Série A com um Juventude mais fortalecido.