Já pensou em "imprimir" uma casa para morar? Sim, é possível e realidade no mundo e agora em Caxias do Sul também. Em Caravaggio da Sexta Légua, uma residência está sendo construída por uma impressora 3D. A obra começou na terça-feira (2) e utiliza uma máquina caxiense desenvolvida em parceria com um escritório da Rússia. A impressora é capaz de erguer as paredes de uma casa em cerca de cinco dias.
— Essa é uma construção monolítica. Se usa cimentício, que é uma mistura de areia, cimento e aditivos, e a impressora constrói em camadas. É colocado o projeto da casa no software do equipamento e ele vai desenhar exatamente o perímetro de toda a casa conforme foi projetado pelo arquiteto ou engenheiro — explica Sérgio Chapochnicoff, proprietário da 3D Printek, fabricante da máquina.
Além de erguer as paredes, a impressora faz a fundação da casa. Conforme Sérgio, a construção não tem colunas nem vigas e a curagem e secagem do concreto são rápidas. O fabricante destaca a automação e controle da produção como vantagens e o custo mais baixo já que são necessárias duas pessoas para operar a impressora.
— Ela também proporciona maior criatividade. Você pode criar curvas no projeto, por exemplo, sem onerar a obra. Pode se diferenciar pelo design sem custos a mais — exemplifica.
A casa em construção em Caxias tem 70 metros quadrados e para erguer as paredes serão usados, no total, 15 metros cúbicos de cimentício. O valor aproximado com material é de R$ 25 mil. A Printek aluga a impressora e o valor, em média, é de R$ 2,5 mil por dia. O preço da locação varia conforme o projeto arquitetônico.
O restante da construção, como telhado e colocação de portas e janelas, é feito pelo método tradicional.
Solução para governos
Mikhail Totskikh e Ivan Stoliarow, russos que ajudaram Sérgio a desenvolver a impressora 3D, acompanham a obra em Caxias do Sul. O modelo S7 é o único fabricado até agora pela Printek e custa R$ 650 mil. A empresa caxiense tem outros dois projetos capazes de construírem obras maiores.
Segundo Sérgio, não há outra fabricante brasileira de impressoras 3D. O empresário acredita que a máquina pode ser uma solução para moradias populares por governos e outras construções, como muros e bancos de praças.
Segunda casa em Caxias
A 3D Printek já fez o protótipo de uma casa em Monte Bérico. A que está em construção é a primeira para moradia. Nela, irá morar um casal. Odirlei Menegotto é engenheiro e acompanhou a construção do protótipo. Gostou da ideia e quis adotar na casa em que irá viver com a esposa. O projeto arquitetônico é de Sérgio Schmukler e o engenheiro responsável é Gabriel Boff.