Na cidade onde o concreto e o vidro dominam a fisionomia urbana, há uma forma de arte que busca transcender as linhas retas e a frieza dos materiais modernos. A arquiteta caxiense Andressa Orlandi Barroso, filha do engenheiro mecânico Ubirajara Indio do Brasil Barroso e da professora Rosa Maria Orlandi Barroso, encontra na beleza das pedras preciosas um caminho para expressar a essência da natureza em cada projeto e move a proposta intitulada "Joias do Morar", na qual incorpora as distintas formas orgânicas na estrutura e decoração dos lares.

— Acredito que as pessoas buscam cada vez mais por bem-estar e por casas que representam suas personalidades e crenças.  Não vejo os minerais como uma tendência passageira, pois sempre estiveram presentes na história dos povos e civilizações. Observo uma necessidade pós-pandemia de interagirmos mais com o ambiente e nossos lares, inserindo materiais como madeira, couro, plantas e até os cristais e minerais — afirma a profissional ao discorrer sobre a incorporação de novos caminhos arquitetônicos no design e layout contemporâneos.

Determinada a explorar esse novo mundo, Andressa mergulhou em estudos sobre gemologia e lapidação, buscando compreender as propriedades únicas de cada pedra preciosa. Ela percebeu que, assim como cada gema tem sua própria personalidade e beleza, cada projeto tem o potencial de ser único e cativante.

— Certa vez eu estava estudando algumas construções de civilizações antigas, mais precisamente dos egípcios e percebi que eles utilizavam cristais de apatita para revestir algumas Câmaras. Achei aquilo muito curioso e fui pesquisar as propriedades químicas de cada mineral. As cores, as formas habituais, as cadeias cristalinas, me encantaram e não consegui mais parar. A arquitetura e a lapidação têm muito em comum. Ambas exigem cuidado, precisão e a busca pela excelência — ratifica a amorosa esposa de Davi Eduardo Thiesen e dedicada mãe de Maria Eduarda Barroso Thiesen, 16 anos.

Ao longo de sua carreira, Andressa desenvolveu um estilo distinto que combina a solidez das estruturas com a vibração das pedras preciosas. Seus projetos são uma síntese da natureza e da criatividade, nos quais as linhas suaves e curvas encontram-se com materiais nobres, para criar espaços que inspiram e acolhem uma forma de expressão única capaz de envolver os sentidos e despertar uma poderosa conexão com o mundo ao nosso redor.

— Busco transmitir a sensação de harmonia e equilíbrio que encontro nas gemas. Cada projeto é uma oportunidade de dar forma aos sonhos e aspirações, além de promover um senso de pertencimento — explica Andressa — Uma casa ideal é um lugar onde os moradores se sentem bem. Um local que envolve a criação de uma atmosfera acolhedora e pessoal, onde os moradores possam se expressar, relaxar e se conectar emocionalmente. Uma mistura de amor, harmonia, bagunça e alegria — complementa ela, que também atua como 2ª tesoureira na diretoria da Associação Sala de Arquitetos, instituição que congrega a classe.

Com visão e sensibilidade, Andressa Barroso continua a encantar com seu trabalho que age como uma curadoria em conjunto com arquitetos e os ajuda nas melhores opções de minerais para cada situação, que possam imprimir boas energias para as moradas, como prosperidade, união, saúde, harmonia e amor. Cada morador vai intencionar virtudes e qualidades específicas para o seu lar, aferindo exclusividade e capturando a personalidade do que nos cerca. 

— Para mim, a arquitetura é uma jornada de descoberta e criação. É um privilégio poder deixar um legado duradouro por meio do meu trabalho, em particular com esse meu mergulho no universo das pedras que colhemos pelo caminho — conclui Andressa com um largo sorriso.

Os pilares de Andressa:

• Casa boa precisa ter… Sol;
• Um ambiente equilibrado é aquele... que tem música boa;
• Um projeto dos sonhos: casa à beira mar, construída com baixo impacto ambiental, ecológica, tecnológica, e auto suficiente;
• Livro de cabeceira: Arquitetura da Felicidade, de Alain de Botton;
• Um objeto de desejo: uma ametista da região de Brandberg, na Namíbia.