Neste fim de semana, o médico hematologista Tiago Daltoé dá plantão na rua. Entre confetes e serpentinas, ele é daqueles foliões apaixonados por Carnaval. E, não à toa, um dos nomes que está à frente da organização do Bloco da Velha, que completa uma década de festa neste domingo, na Rua Dom José Baréa.
— Sexta-feira me mudo para o local e fico por lá até a madrugada de segunda. O bloco começou da vontade de um grupo de amigos fazer um bailinho. Em 10 anos, cresceu e se profissionalizou. Participo de tudo o que posso — diz o pelotense radicado em Caxias há 13 anos com a esposa Graziela Martins, que também é da organização do bloco. O casal tem um filho, Caetano Martins Dalton, que tem dois anos e também dois carnavais em família.
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A paixão pelo Carnaval vem dos tempos de infância e adolescência no Sul do Estado. Mais pela festa, ele se juntava à equipe de sua avó Iolanda Azevedo, que fazia fantasias para concursos e, com isso, frequentava os clubes de Pelotas, Porto Alegre e outros municípios gaúchos. Aos 16 anos, também chegou a criar um bloco na cidade natal, o Sereias da Lagoa. Foi crescendo entre festas de salão e de rua. Lembra que ficava uma semana direto na folia. Ou seja, a festa está no sangue.
— Bom não define o Carnaval, é maravilhoso. É uma festa mais próxima do quão democrático poderia ser o país. Envolve uma parcela muito grande da população — diz Daltoé, 41 anos.
Acreditando que a folia carnavalesca é uma mistura de cultura e lazer, o médico hematologista conta que quando chegou a Caxias foi um defensor do feriado de Carnaval entre as escalas do trabalho no hospital. Ele também acha que a cidade foi abraçando mais a festa e o Bloco da Velha é um dos responsáveis por esta transformação.
— Percebo uma velocidade diferente na segunda e terça-feira de Carnaval em Caxias. A vida anda tão complicada em tempos de redes sociais e tanta conectividade que só nos faz trabalhar mais. Por isso, talvez, este seja um momento que aconteça o que precisaria acontecer mais. São três ou quatro dias para entrar na diversão, para ser mais leve. Isso é legal e importante — reflete.
Confetes para:
:: Bong Joon-ho, diretor de “Parasita”
:: Cordão do Bola Preta, bloco do Rio
:: Guilherme Martinato, Germano Weirich, Graziela Martins e Marion Martinato, parceiros do Bloco da Velha
Vaias para:
:: Abraham Weintraub, Ministro da Educação
:: Damares Alves, Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
:: Jair Bolsonaro, presidente da República
Levanta do chão com:
:: “Mamãe eu Quero”, marchinha de Carmem Miranda
:: “Pequena Eva”, da banda Eva