Quando era criança, a gente pulava fogueira pra São João no terreno da esquina lá de casa. Era garantido, um espetáculo e uma alegria. E sempre sobrava alguma fogueira esparsa pela cidade para São Pedro, cinco dias depois. Eram as festas juninas. Lembro de minha mãe a explicar-me didaticamente por que havia fogueira outra vez, na mesma semana: São João e São Pedro. Foi ali que aprendi de São Pedro. Mas o santo pop sempre foi São João. Tem visibilidade garantida, é sucesso de público, de marketing e junto aos políticos, que alçam voo nesta época do ano, em especial para as festas nordestinas. Já São Pedro é mais discreto, aparece bem menos, tem menos mídia. Uma comprovação: neste sábado, 29 de junho, é dia de homenagear São Pedro, dia dedicado a ele, e São Pedro é, afinal, nada mais, nada menos que o santo padroeiro do Rio Grande do Sul. Tem paróquias por aqui, como em Gramado e Garibaldi. Deveria ser lembrado com especial devoção e dedicação este ano pelos gaúchos. Mas foi esquecido solenemente. Nenhuma referência, nenhuma deferência, nenhuma reverência ou lembrança. Nada. Nem feriado é por aqui, nunca foi. A lembrança fica por conta dos devotos, mas o Estado ignorou o santo padroeiro. Quanta indelicadeza e hesitação da fé!
Crônica
Opinião
Rio Grande esquece São Pedro
Neste sábado, 29 de junho, é dia de homenagear São Pedro, dia dedicado a ele, e São Pedro é, afinal, nada mais, nada menos que o santo padroeiro do Rio Grande do Sul. Deveria ser lembrado com especial devoção e dedicação este ano pelos gaúchos. Mas foi esquecido solenemente
Ciro Fabres
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