A administração municipal confirma: não irá estender o prazo de consulta pública nem marcará mais alguma audiência sobre o futuro da Maesa. Depois da audiência desta terça-feira, a consulta se encerra na sexta-feira (28/4).
O desejável é que todo o formato do projeto sobre o futuro da Maesa, a ser “arredondado”, como disse o secretário de Parcerias Estratégicas, Matheus Neres da Rocha, em entrevista ao Pioneiro (22 e 23/4), passe por uma “construção coletiva”, como disse também o ex-vice-prefeito e ex-secretário da Cultura Antonio Feldmann (MDB).
– O melhor modelo de gestão da Maesa é aquele que for resultado da construção com a sociedade – disse Feldmann.
Quanto mais construção coletiva, mais fortalecido ficará o projeto, pois contará com o engajamento maior da comunidade a sustentá-lo. Mas isso fica a critério da prefeitura, de ampliar ou não esse sentimento de “construção coletiva”. No que concerne à gestão do complexo, não houve essa construção. O modelo é o da prefeitura. Apoiadores da proposta do Executivo sustentarão que houve consulta e houve audiências, mas, até agora, não se construiu um modelo ampliado de gestão.
Há quem defenda que o resultado das urnas legitima a escolha e a implementação do projeto da prefeitura. Sim, legitima. Mas, como escolha política e administrativa, um governo pode considerar outros entendimentos sobre, no caso específico, a gestão da Maesa, ou não considerar. Os efeitos entre uma e outra alternativa são como água e vinho, completamente diversos. Em um caso, há construção coletiva e mais engajamento em torno do projeto, o tempo talvez se estende um pouco. Pode ser mais seguro. Em outro, esse aspecto fica prejudicado, o engajamento a menor. É um ônus importante. Enfim, a escolha é do governo.