Para esta terça-feira, às 18h30min, na Câmara, está agendada a terceira audiência pública sobre o futuro da Maesa. Esta é uma audiência alternativa, convocada pela Comissão de Legislação Participativa e Comunitária (CLPC) da Câmara, presidida pelo vereador Lucas Caregnato (PT), atendendo a solicitação da União das Associações de Bairros (UAB) e Associação Amigos da Maesa (AMaesa). Será a terceira audiência pública, uma audiência importante, em que UAB e AMaesa prometem detalhar a proposta que defendem para a gestão da Maesa, a partir de um entendimento distinto do que norteia a proposta da prefeitura. A apresentação da proposta está confirmada pelo vereador Lucas.
– Vai ter um formato em que o microfone não vai ser arrancado das pessoas – destaca Lucas.
No entanto, o encaminhamento do debate sobre o futuro da Maesa está nas mãos da prefeitura. O prefeito Adiló Didomenico (PSDB), em manifestação na CIC, expressou o entendimento de que “não tem um segundo projeto”. A prefeitura decide se irá considerar um segundo projeto para a gestão da Maesa, ou não. Dificilmente fará uma meia volta. O ex-secretário de Parcerias Estratégicas, Maurício Batista da Silva, já deu a linha do pensamento do governo.
– De forma concreta, temos uma proposta de ocupação, com planejamento, com prazos, com responsabilidades e com declarada viabilidade. É possível discutirmos outras propostas, como a da Fundação (pública de direito privado, proposta por entidades como UAB e AMaesa)? Sem dúvida! Mas, para não sermos superficiais na análise, ela (a proposta de Fundação) precisa ser fundamentada, com grau de informação que permita fazermos esta comparação.
– Ajustes são naturais, mas, para alterar estruturalmente, não fazer uma concessão, por exemplo, precisa ser demonstrada que é viável essa execução – disse o novo secretário, Matheus Neres da Rocha.
Quem vai dizer se ela está suficientemente fundamentada e tem viabilidade é a prefeitura. O secretário Matheus confirmou presença na audiência pública desta terça.
A vereadora Rose Frigeri (PT), na sessão de quinta-feira (13/4) da Câmara, fez uma ponderação, apropriada para o momento.
"Se tu abre espaço, tem de considerar"
– Se tu abre o espaço para ouvir as pessoas, você vai ter que pelo menos considerar (proposta alternativa de gestão).
“Considerar” uma proposta alternativa – que é claro, precisa ter consistência – significa dar demonstrações de que ela será analisada no mérito, sem descarte sumário ou para conferir uma disposição para o diálogo apenas aparente.
Deve ser considerada até em respeito à representatividade de quem a propõe. E representatividade há, como deixou claro o ex-prefeito Alceu Barbosa Velho em entrevista ao Pioneiro (15 e 16/4).