A presidente do PDT caxiense, Cecília Pozza, assiste ao debate em torno da gestão da Maesa que se desenrola na Câmara e no meio político de Caxias do Sul, mas também participa dele como integrante do Conselho Municipal de Política Cultural, representando o segmento do patrimônio cultural. Ela vê a bancada do PDT, composta pelo líder de bancada, Rafael Bueno, e pelo líder de governo, Lucas Diel, defender ferrenhamente a proposta do governo, de gestão privada por meio de uma parceria público-privada, e balança a cabeça:
— A gente fica numa saia justa. Ao fim e ao cabo, a gente espera que o líder do governo e o líder de bancada revejam suas opiniões. A gente tem conversado — aponta Cecília.
A dirigente do PDT caxiense destaca a importância do fundamental do partido e do ex-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) na doação da Maesa para a comunidade:
— A Maesa é o maior legado que o PDT e o prefeito Alceu deixaram para Caxias do Sul. Foi quanto toda a construção se deu. Se concordamos com isso (a proposta da prefeitura), vamos estar negando essa construção que fizemos. Ali na Maesa tem força de trabalho em cada tijolo. Então, a gente espera que fique para a comunidade, gerida pela comunidade. Por que queremos entregar nosso maior patrimônio?
Cecília não concorda com a visão de que a prefeitura está promovendo o diálogo sobre a gestão da Maesa, como defendeu, entre outros, o vereador Bueno na sessão de terça-feira da Câmara:
— A discussão é ampla para corroborar o que a administração pretende, mas não o que a população quer e precisa. Não concordamos com o que está posto. Eu deixo claro no conselho, não dá para defendermos uma coisa que já veio pronta. De uma hora para outra, vem uma pressa que a gente não sabe de onde saiu.
"Câmara não pode ser palco"
O presidente da Frente Parlamentar A Maesa é Nossa, Rafael Bueno (PDT), não quer audiência pública sobre o futuro da Maesa "para entidades ou para pessoas exclusivas". Refere-se à audiência convocada para o dia 18 de abril pela Comissão de Legislação Participativa e Comunitária (CLPC) da Câmara, atendendo a solicitação de UAB e AMaesa.
— A Câmara não pode ser palco e instrumento para promoção individual. Não podemos fazer audiência pública para entidades ou para pessoas exclusivas.
A presidente do PDT, Cecília Pozza, lembra o óbvio:
— Não fosse a UAB, a discussão não teria avançado. A UAB tem legitimidade para pedir uma audiência pública.