A iminente prorrogação, pela segunda vez, do contrato de cessão do transporte coletivo com a empresa Visate tornou-se o principal assunto da sessão de ontem da Câmara. A primeira extensão do contrato, feita no ano passado, prorrogou seus efeitos até 12 de maio deste ano com o propósito de permitir tempo para a realização do certame licitatório, mas até agora, a menos de 2 meses do prazo fatal, a licitação ainda não foi lançada e detalhes do edital são analisados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Por isso, a saída inevitável será prorrogar outra vez, mas precisa de aprovação da Câmara.
Quando o projeto do Executivo chegar propondo nova prorrogação, certamente será aprovado, pois a consequência de uma não aprovação seria deixar a cidade sem transporte coletivo. Ninguém quer nem imagina isso. Porém, o ambiente na Câmara em relação ao assunto é bem menos tranquilo hoje. As cobranças sobre a administração municipal já são mais fortes.
Em tom de indignação e preocupação, o vereador Wagner Petrini (PSB) ocupou a tribuna virtual na sessão de ontem e afirmou que falta transparência por parte da prefeitura e da Secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade.
-Ficou só na promessa. Essa licitação, a transparência e o prazo. Cadê a responsabilidade da Prefeitura e da Secretaria de Trânsito, a forma transparente? Nos prometeram que iriam lançar essa licitação _ disparou Petrini, que é o atual presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação da Câmara
Ele entende que não é aceitável que o contrato seja prorrogado porque, nesse caso, caso a proposta de mais tempo para a atual concessionara seja aceita, a responsabilidade se voltará para os vereadores
O vereador Felipe Gremelmaier (MDB) destacou que a cobrança tem que ser forte.
- Já se passou quase um ano da renovação, não tem mais desculpas, a partir de agora é agir, fazer funcionar _ disse o emedebista.
Pedido de vistas de ex-vereador Chico
Já a vereadora Denise Pessôa (PT), que também integra a Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação, disse que as desculpas da prefeitura não são aceitáveis. Ao Pioneiro, o prefeito Adiló Didomenico disse que o atraso do processo deveu-se em especial a um pedido de vistas do então vereador Chico Guerra no ano passado.
- É uma vergonha o prefeito dizer isso, que a culpa por não fazer a licitação é do [ex]-vereador Chico Guerra - afirmou a parlamentar.
Denise lembrou que o atual secretário de Transportes, Alfonso Willenbring Júnior, é o mesmo da gestão Flavio Cassina, o que, em tese, deveria facilitar o lançamento da licitação. Recordou ainda que, no ano passado, a licitação era considerada praticamente pronta pelo governo anterior.
De fato, o prefeito Cassina e o vice, Elói Frizzo (PSB), tentaram o lançamento do edital até o último dia da administração anterior, pois a intenção era que levasse a assinatura do governo anterior. Chegou a se falar na possibilidade de uma surpresa ainda nas últimas horas.