A respeito do passe-livre no transporte coletivo, alvo de um projeto do vereador Ricardo Daneluz (PDT) para sua revogação, o ex-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) relembra uma historinha. Certa vez, durante sua gestão, estava reunido com representantes de entidades, que faziam críticas ao passe livre.
— "O passe-livre não dá mais, tem gangues, tem os bondes", as pessoas me diziam. Aí eu perguntei: "Mas escuta aqui, o que é que está errado, são as gangues, os bondes ou o passe-livre? Vamos terminar com o que está errado, e não com o que está certo. O passe-livre é, sim, necessário — pondera Alceu.
O pedetista é contra a extinção:
— Se tiver que fazer algum ajuste, vamos dialogar, o que não pode é extinguir radicalmente uma conquista de quanto tempo... É uma conquista que não pode retroceder.
Alceu não gostou da discussão encaminhada via imprensa, em que movimentos internos, os chamados órgãos de ponta, emitiram nota pedindo à bancada que solicitasse ao vereador Daneluz a retirada do projeto. A partir daí, integrantes do partido e de movimentos desencadearam uma troca de acusações via imprensa.
— Chama o Daneluz e conversa. A gente vê os movimentos se precipitando ao partido, se arvoram no sentido de sair bombardeando. Por isso que me afastei e me recolhi. Porque não aguentava mais essa coisa pelo jornal.
Rever a partir dos 60
Alceu é autor, junto com a então vereadora Geni Peteffi (MDB), do projeto que coloca a gratuidade para pessoas a partir dos 60 anos. Essa benefício, ele concorda em rever.
— A realidade é outra hoje. Quando fizemos o projeto, esse público era quase insignificante. Tudo é possível de se conversar. Mas a prefeitura tem de chamar o movimento comunitário, a Visate, representante dos idosos. É diálogo que está faltando — alfineta ele.
"É possível unificar"
O ex-prefeito Alceu Barbosa Velho assiste à crise do PDT, que atribui à discussão dos assuntos partidários levada à imprensa. Ele prefere não detalhar de que forma participará da escolha, agora em maio, de um novo comando para a sigla em Caxias, mas acredita em uma unificação.
— Eu sou um pedetista como qualquer outro. Sempre tem possibilidade de unificar o partido. Só quem saiu foi o Vinicius (Ribeiro). Os demais, ninguém saiu. Então tem possibilidade se reorganizar sim.
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