O PDT caxiense ficou esfacelado após a manifestação do presidente da sigla na cidade, o ex-prefeito Alceu Barbosa Velho, que não se elegeu deputado federal, de apoio ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro, do PSL. Primeiro, manifestou-se a Juventude Socialista do partido, depois o Movimento Sindical. E agora quem está rejeitando as declarações de Alceu é o Movimento Comunitário, por meio de nota assinada por Paulo Sausen, presidente dessa ala partidária.
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Com a cobrança de três setores, não ficam dúvidas sobre a representatividade deste sentimento dentro do PDT caxiense. A posição de Alceu também é questionada na manifestação de apoio à reeleição do candidato José Ivo Sartori (MDB) ao Governo do Estado. Os três segmentos lembram que a orientação em níveis nacional e estadual é pelo apoio crítico à candidatura de Fernando Haddad (PT) à Presidência e por neutralidade na eleição gaúcha.
“A decisão tomada pelo ex-prefeito Alceu Barbosa Velho é um equívoco histórico para o partido. Entendemos que a política deve ser feita com inteligência, e não mágoa ou vingança”, diz a nota do Movimento Comunitário.
A Juventude Socialista pediu a expulsão de todo filiado ou dirigente partidário que faça campanha para Bolsonaro. O Movimento Sindical pede a aplicação de sanções estatutárias a quem descumprir as deliberações dos diretórios nacional e estadual. Já o Movimento Comunitário pede “as devidas providências” ao diretório estadual, a quem está sendo encaminhada a nota.
Diretório não foi ouvido
"Em Caxias do Sul, o diretório em nenhum momento foi convocado, mesmo sendo instigado por vários membros", diz a nota do Movimento Comunitário.
A posição de apoio do PDT caxiense a José Ivo Sartori ao Governo do Estado saiu de reunião da Executiva municipal com vereadores em reunião na terça-feira passada. Para a eleição à Presidência, o PDT de Caxias não deliberou.
– Cada um é livre para fazer o que quiser – justificou Alceu.
Então, ele decidiu apoio pessoal a Bolsonaro.
Efeito em 2020
Alceu, que já foi atingido eleitoralmente com a não-eleição à Câmara, sairá do segundo turno exposto perante boa parte do partido, o que afeta a representação partidária que exerce. Fica evidenciada uma forte divisão partidária.
A condução dada a este momento importante e suas repercussões terão interferência inevitável na organização partidária para o importante ano de 2020.
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