Executivos da Marcopolo e da Volare, com sedes em Caxias, acompanhados do deputado federal Mauro Pereira (PMDB-RS), saíram satisfeitos da audiência em que foram recebidos pela primeira vez pela nova presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro.
Um dos pedidos era para que os juros fossem os mesmos para pequenas, médias e grandes empresas tomadoras de financiamento pela linha Finame na compra de ônibus e outros veículos pesados – hoje as companhias de maior porte são submetidas a taxas bem mais pesadas. Mas a dirigente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social descartou a padronização dos juros.
Em compensação, surgiram caminhos alternativos que podem dar um alento ao setor automotivo da Serra. Uma das propostas é que a instituição eleve a classificação de pequena e média empresa, hoje com faturamento anual de até R$ 90 milhões, para outro teto de valor: R$ 300 milhões de receita anual, o que abarcaria as potenciais clientes de nossas empresas, como operadores de transporte. Isso solucionaria o problema, permitindo que companhias de maior porte tenham acesso aos mesmos patamares de juros das menores empresas, viabilizando contratos de compras.
Outro pedido encaminhado no BNDES foi o de permitir que pessoas físicas (não apenas jurídicas) possam tomar linha de financiamento para a compra de micro-ônibus Volare (unidade de negócio da Marcopolo), porque hoje os principais transportadores escolares são profissionais autônomos. O aval alavancaria a nova planta da Volare no município de São Mateus, no Espírito Santo.
– Isso não será só bom para nós, mas também para nossos concorrentes – salienta José Antonio Fernandes Martins, executivo da Marcopolo e presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus).
A terceira sugestão encaminhada na reunião é que as garantias hoje asseguradas por bancos privados para financiamentos do BNDES, o que eleva os juros com o spread, fossem substituídas por mecanismos, por meio de associações de classe, como o vale-transporte, amenizando o custo das operações.
– Se não seremos bem sucedidos em 100% das demandas, seremos em quase todas – declarou, confiante, Martins, em entrevista à colunista depois da audiência, em que a presidente, classificada de “objetiva”, pediu encaminhamento e estudos para as demandas.
Na foto, da esquerda para a direita, Mauro Pereira, Marcelo Cardoso (superintendente da Área de Operações Indiretas do BNDES), Maria Silvia Marques, José Antonio Fernandes Martins, Gelson Zardo (diretor geral da Volare) e Osmar Piola (executivo da Marcopolo).
Caixa-Forte
Executivos de Caxias saem confiantes de audiência com nova presidente do BNDES, no Rio
Surgiram caminhos alternativos que podem dar um alento ao setor automotivo da Serra no que tange regras e juros para financiamentos
Silvana Toazza
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