A economia clama por uma solução imediata para a crise política brasileira. Não há mais tempo para esperar. Depois de um 2015 desacelerado do início ao fim, o mercado não tem fôlego para um cenário de incertezas que só aumenta.
Nem mesmo as exportações das indústrias, que são beneficiadas com o dólar alto, conseguem despontar neste momento. A moeda americana tem mostrando muita instabilidade diante de tantos escândalos políticos e, sem margem de tranquilidade, vender para outros países também se torna arriscado.
O turismo - que anda junto com setores como hotelaria e gastronomia - também sofre muito com as incertezas. Milton Corlatti, da Milletour Turismo, conta à coluna que a venda de viagens de lazer, especialmente para o exterior, estão estagnadas em Caxias. Ninguém quer comprometer a renda sem saber o que vai acontecer:
- O Brasil virou uma baderna. A crise política está terminando com nosso país. E não é de hoje: a economia vem vindo num caos desde a Copa do Mundo, em 2014. Precisamos de uma definição logo na política sobre quem governa, uma estabilidade, assim o mercado vai poder ir voltando aos poucos - analisa.
Em nota, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) também ressalta a importância de resolver os impasses políticos com urgência. O presidente da entidade, Heitor José Müller, avalia que "do equacionamento da crise política depende a retomada da economia, hoje em forte declínio. O Brasil não pode esperar. A indústria não pode parar".
Na última semana, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, chegou a admitir que "está na hora" da política ajudar a economia. O mais correto, porém, provavelmente seria dizer que é tempo do poder público parar de atrapalhar o andamento do mercado. Depois, sim, pode-se falar em formas de ajudar a economia.
Crise política
Caixa-Forte: A economia não pode mais esperar
Empresários e entidades ressaltam a importância do país resolver os impasses políticos com urgência
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