O prefeito de Flores da Cunha, Cesar Ulian, revelou, no fim do ano passado, em entrevista na Gaúcha Serra para projeção do segundo governo, que tinha procurado a Concessionária da Serra Gaúcha (CSG). O objetivo era provocar a empresa para uma nova recontagem do fluxo de veículos que circula pela RS-122, entre Caxias do Sul e Flores da Cunha. Um encontro para debater o tema vai ocorrer nesta terça-feira (21), às 14h.
Há cinco anos, durante os debates sobre a implantação do polo de pedágios na região, foi cogitado incluir a duplicação deste trecho entre as obras previstas. No entanto, na época constatou-se que o Volume Diário Médio (VDM), de cerca de 6 mil veículos, não era suficiente para justificar uma obra grande, e com isso ela não foi inserida nas obrigações da concessionária.
Dentro do contrato, porém, foi colocado um “gatilho” que estabelece que, caso o movimento pelo trecho chegue a um VDM de 18 mil veículos, a duplicação passaria a ser necessária. A partir de uma observação pessoal, o prefeito florense tem notado nos últimos meses um aumento do trânsito no trecho, e por isso entende que o a duplicação precisa ser trazida novamente à tona. Mas, para levar o pleito adiante, ele ressalta que é preciso saber qual a dimensão do tráfego neste momento.
— A gente solicitou para a CSG a recontagem, para saber quantos veículos estão passando. Essa duplicação é um pleito importante sim, e que vai continuar. A nossa intenção era ter incluído no contrato, mas outras regiões com maior fluxo de veículos tinham mais necessidade. Mas estamos acompanhando isso — afirma Ulian.
O prefeito também acredita que a perspectiva de novas obras no sistema viário da região, especialmente a construção da ponte entre Nova Roma do Sul e Nova Pádua, deve direcionar mais veículos para a 122, e por isso é importante pensar desde já em alternativas. Sem a duplicação, o trecho tem a previsão de realização de melhorias em acostamentos e construção de terceiras faixas.
Estrutura para contagem de veículos deve ser instalada nas próximas semanas
Procurado pela coluna na semana passada, o diretor-presidente da CSG, Ricardo Peres, confirmou o recebimento da solicitação do prefeito. Ressaltou que está aberto ao diálogo, tanto que o encontro vai ocorrer nesta terça, mas ressalta que qualquer inclusão de obras está a cargo do Estado, que é o poder concedente, e não da empresa.
Quanto à contagem dos veículos que passam pelo trecho, Peres revela que hoje não há uma contagem específica entre Caxias do Sul e Flores da Cunha, e o que se tem de referência é o pórtico de cobrança eletrônica instalado mais adiante na rodovia, próximo à ponte sobre o Rio das Antas. Ele revela, porém, que essa situação deve mudar nas próximas semanas, com instalação obrigatória de novos equipamentos. Além disso, ele informa que a própria prefeitura pode fazer esse trabalho:
— A contagem em si, se for o caso, a própria prefeitura pode fazer. É só pedir permissão e fazer. A concessionária tem por obrigação, e deve estar acontecendo nos próximos momentos, a instalação de contadores na rodovia. Serão pontos que são necessários para o controle de tráfego, e entre Caxias e Flores deve ter ao menos um ou dois, e isso deve entrar em operação em fevereiro, para fazer uma contagem automática.
Peres acrescenta que o contrato especifica quais obrigações devem ser seguidas, e a inserção de qualquer atividade fora das condições já previstas provocaria um desequilíbrio nos números. Portanto, para incluir uma obra como uma duplicação, seria necessário buscar instrumentos de reequilíbrio do contrato, por meio de aumento de tarifa, extensão de prazos para os trabalhos já previstos ou injeção de recursos por parte do Estado.
Peres lembra que os gastos extras da CSG para recuperação pelos danos climáticos e a necessidade de novas obras de prevenção já provocaram a solicitação de uma repactuação do contrato. Ele revela que boa parte dos estudos sobre o tema já foram repassados ao Executivo estadual, e até agora ainda não há uma resposta. Essa situação, segundo ele, inevitavelmente vai causar um atraso na execução das primeiras grandes obras de duplicação previstas — entre Farroupilha e Bento Gonçalves e no trecho norte da Rota do Sol, em Caxias do Sul.