A possível extinção das 18 vagas de estacionamento oblíquo do canteiro da Avenida Brasil no bairro Boqueirão, em Passo Fundo, segue em debate e tem destino indefinido. O espaço, que fica na Praça Antônio Moretti, foi fechado no começo de abril para a realização das obras do Parque Linear.
Na última reunião para discutir o assunto, realizada no fim de abril, representantes e empresários do Boqueirão apresentaram reivindicações sobre o estacionamento e possíveis consequências na mobilidade da comunidade à equipe da prefeitura.
Segundo Cláudia Vicentini, uma das lideranças do bairro, o estacionamento existe desde 1978 e faz parte da história do Boqueirão. As vagas, argumenta, auxiliam no tráfego em razão do grande fluxo de pessoas que acessam bancos, lotéricas, farmácias e padarias próximas à praça. Estima-se que o fluxo de pessoas nos locais próximos à praça supere quatro mil pessoas por dia.
— São vagas de fluxo rápido que mantêm a mobilidade do bairro em harmonia e não atrapalhavam o trânsito. Desde que houve o fechamento do canteiro, o congestionamento na região aumentou substancialmente, especialmente em horários de pico — relata Cláudia.
Dono de uma churrascaria localizada na frente do canteiro, Alexandre Gobbi relata que já sente os efeitos do fechamento do estacionamento, mesmo que para as obras.
—Apesar de eu ter um estacionamento privativo aqui do lado, quando os clientes veem que está tudo cheio desistem e vão embora, pois não querem ficar rodando até achar uma vaga ou deixar o carro muito longe — conta.
Cláudia ressalta que o Boqueirão não é contra o Parque Linear, mas deseja que o estacionamento permaneça onde está. Agora, ela e outros empresários e lideranças do bairro esperam por uma definição sobre o espaço.
— Vivemos no bairro e entendemos da necessidade da comunidade, mas queremos trabalhar em parceria com o poder público — reiterou.
O que diz a prefeitura
Questionado sobre o impasse, o secretário municipal de Planejamento, Giezi Schneider, disse que a prefeitura faz uma análise e voltará a debater o assunto em nova reunião com os representantes do bairro, ainda sem data prevista. Desde a reunião, os trabalhos de reforma estão parados no local.
— O projeto prevê a retirada do estacionamento para atender ao Código Brasileiro de Trânsito e o Plano Municipal de Mobilidade, que orientam pelo não estabelecimento de vagas junto ao canteiro central das vias, além da padronização com outros canteiros das avenidas. Quando tivermos uma resposta sobre a solicitação, faremos uma nova reunião para apresentá-la aos representantes da comunidade — disse.
As obras do Parque Linear preveem a reformulação de 10 canteiros da Avenida Brasil, entre as ruas Capitão Araújo e Livramento. O investimento é de R$ 13,1 milhões, sendo R$ 8,8 milhões do governo do RS e R$ 4,3 milhões do município. Até o momento, seis canteiros foram entregues à comunidade.