Ao tomar posse oficialmente na Câmara dos Deputados no lugar do agora secretário de Habitação do RS, Carlos Gomes, o carazinhense Ronaldo Nogueira fez questão de destacar na tribuna, que irá conduzir o seu mandato de acordo com o Manifesto do Republicanos, que defende a pacificação do país e o desenvolvimento com geração de empregos. Também não deixou de repetir o “mantra” que faz parte do seu discurso desde que foi ministro do Trabalho do governo Temer. “Existem dois endereços fundamentais para a dignidade humana: um lugar para morar e um lugar para trabalhar”, afirmou. Em entrevista para esta coluna, Ronaldo lembrou que passados sucessivos governos, o Brasil continua com 20 milhões de pessoas morando em favelas e 6 milhões não tendo onde morar. “Os governos se sucedem e cometem os mesmos erros”, destacou, defendendo que a geração de empregos depende da segurança jurídica e monetária, com equilíbrio fiscal.

Reforma Tributária
Ronaldo assume o mandato em um momento crucial para o Congresso, com a Reforma Tributária prestes a retornar para a Câmara, após ser aprovada com modificações pelo Senado. Apesar de concordar que o país precisa reduzir a carga tributária, segundo o deputado, a Reforma foi votada apressadamente pela Câmara e que nesta segunda votação, ele vai seguir o partido. Vale lembrar que o senador Hamilton Mourão, do Republicanos, foi um dos votos contrários ao projeto aprovado na última quarta-feira (8).
Independência
Sobre o posicionamento político que deve seguir no mandato, Ronaldo lembra que sempre foi muito partidário e que irá votar de acordo com o grupo do Republicanos na Câmara, formado por 42 deputados. Como pastor evangélico, o deputado deve se posicionar como mais um defensor da pauta conservadora de costumes, mas segundo ele, “sem radicalismo”. Quanto ao fato do seu partido fazer parte do governo Lula, Ronaldo argumenta que o nome do ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa, foi uma indicação pessoal do presidente. “O Republicanos nunca pediu cargo, e mantemos uma posição de independência em relação ao atual governo federal”.
Emendas
Como suplente, Ronaldo irá permanecer com a mesma equipe de gabinete formada por Carlos Gomes. Segundo ele, é uma equipe mais técnica do que política, que reúne os melhores quadros do partido. Mesmo chegando quase no apagar das luzes do ano legislativo, ele acredita que conseguirá garantir emendas para região no orçamento de 2024, porém, afirma ser contra emendas parlamentares. “A única atuação do parlamentar quanto ao orçamento deveria ser votar e fiscalizar”. Ao mesmo tempo, diz que nos seus mandatos anteriores conseguiu R$18 milhões em emendas para Carazinho, sendo R$5 milhões só para o HCC, e que irá continuar trabalhando em busca de recursos para Carazinho e região. Aliás, a falta de reconhecimento dos eleitores carazinhenses a este trabalho é uma das mágoas do deputado. Em 2022, ele fez apenas 1.409 votos no município...
Projetos
Além de garantir emendas no orçamento, o deputado adiantou a esta coluna que já está trabalhando pelo desarquivamento de dois projetos de sua autoria protocolados. Um deles trata de estabelecer normas gerais sobre o regime jurídico administrativo, com o objetivo de simplificar a legislação que rege a administração pública, garantindo mais segurança jurídica para os gestores e mais eficiência nos serviços prestados para a população. O outro projeto dispõe o credenciamento de profissionais e de empresas da área de saúde, para o atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em nível ambulatorial. Ronaldo também promete trabalhar em um projeto em prol dos aposentados, garantindo que o aumento nunca seja inferior ao salário mínimo. Além de ministro do Trabalho, o deputado carazinhense já foi presidente da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara e presidente da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), no Rio Grande do Sul, além de presidente da Funasa e Secretário de Trabalho e Assistência Social. É autor do livro “O Trabalhismo para o Brasil do Século XXI”.