
A Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) emitiu um alerta sanitário para a raiva dos herbívoros na região de Passo Fundo e municípios próximos, como Ernestina, Marau, Coxilha e Santo Antônio do Planalto, no norte gaúcho.
O comunicado foi motivado pelo aumento de mordidas em animais e pela falta de identificação de refúgios de morcegos transmissores da doença.
— O município de Passo Fundo registrou um foco de raiva, mas como fazia pelo menos três anos que não havia nenhum foco, é importante este alerta para que os produtores da região vacinem os animais e, na medida em que conheçam refúgios de morcegos, comuniquem a Inspetoria Veterinária para verificar se são morcegos hematófagos ou não e fazer o controle — explica André Witt, analista ambiental do Programa de Controle de Raiva Herbívora da Seapi.
A raiva não tem cura e seu controle é feito de forma preventiva, com a redução da população de morcegos hematófagos e a vacinação em massa. Witt reforça que mesmo os animais já mordidos devem ser imunizados.
A captura dos morcegos é realizada exclusivamente pelos Núcleos de Controle da Raiva do Estado, equipes especializadas e vacinadas contra a doença. Elas são acionadas quando há laudo positivo para raiva em herbívoros ou altos índices de mordeduras em rebanhos.
Os morcegos da espécie Desmodus rotundus são os principais transmissores da doença e costumam se abrigar em troncos ocos, cavernas, fendas de rochas e construções abandonadas.
Em 2025, já foram confirmados 15 focos de raiva em herbívoros no Rio Grande do Sul, afetando bovinos, equinos e ovinos em sete municípios, incluindo Passo Fundo. No ano passado, o Estado registrou 78 ocorrências em 40 cidades.
A Seapi orienta os produtores a notificarem casos suspeitos e a manterem a vacinação dos animais em dia para evitar a propagação da doença.