Cerca de 200 pessoas fizeram uma caminhada silenciosa em protesto pelas mortes de Leobaldina Rocha Lyrio, 41 anos, e Diênifer Rauani Lyrio Gonçalves, 14, em Ronda Alta, no norte gaúcho, na manhã deste sábado (26).
Mãe e filha foram mortas a facadas na segunda-feira (21) por Juliano Henn, 49, companheiro de Leobaldina, que tirou a própria vida depois de cometer os crimes. Leobaldina e Henn tinham casamento religioso marcado para maio.
Os participantes se dividiram em quatro grupos e saíram de diferentes pontos da cidade de 9,7 mil habitantes. No caminho, entregaram 500 rosas e 500 imãs de geladeira com mensagem do papa Francisco e telefones da Brigada Militar e Polícia Civil para denúncias em situações de violência.
— Na terça (dia 22) nos reunimos na Câmara e todo mundo se olhava tentando entender o que aconteceu. Foi muito assustador, estamos preocupados — disse Lizane Graciolli Pandolfi, presidente da Câmara de Vereadores.
O ato foi mobilizado pelo Legislativo, Executivo e outras entidades de Ronda Alta, como a igreja matriz, associação comercial, Rotary Clube e bombeiros voluntários.
Durante a semana, representantes da cidade foram a Porto Alegre em busca de soluções na segurança local. Conforme Lizane, a cidade não tem delegado há 16 anos.
— Precisamos de respostas. Três mulheres foram vítimas de feminicídio em Ronda Alta desde dezembro. Ainda tentávamos entender o que aconteceu naquele (caso de 1º de dezembro) e agora isso — questionou a vereadora.
O caso em questão é o da mulher morta a facadas em 1º de dezembro, em Ronda Alta. O corpo de Suili Barivieira, 58 anos, foi encontrado junto com o do companheiro, Osmar Rodrigues, 46, dentro da casa trancada também no bairro Santa Helena, onde viviam Leobaldina e Diênifer.