A fumaça que paira sobre Passo Fundo tem motivo: é reflexo das queimadas na Amazônia, além de focos de fogo no centro-oeste do país e na Argentina, Paraguai e Bolívia.
Conforme Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo, a presença é comum mas está mais intensa do que o habitual neste ano por causa da grande quantidade de queimadas.
Apesar da distância — a Amazônia fica a mais de 10 mil quilômetros de Passo Fundo, por exemplo —, a fumaça quente pode subir até 1,5 mil metros de altitude e fluir para outras regiões através dos jatos baixos de vento.
Somado a grande quantidade de queimadas e ao fato do inverno ser uma estação mais seca, a fumaça ganha força para se deslocar a outras regiões da América do Sul, como é o caso de Passo Fundo e outras cidades brasileiras.
Fumaça vai, mas volta
Uma pergunta que tem sido feita é: quando essa fumaça vai sumir? Segundo o meteorologista, o avanço de uma frente fria e chuvas no Rio Grande do Sul deve mudar o cenário nos próximos dias. A mudança, no entanto, não deve se prolongar.
— Devemos ter essa frente fria avançando mais para a Região Central (do Brasil), pegando o Centro-Oeste e Sudeste. Mas ela passa, vai limpar (a fumaça) e, mais para frente, a tendência é que essa fumaça retorne para o Rio Grande do Sul, porque as queimadas não vão cessar — explica o especialista.
Para que a fumaça seja extinta, seria necessário que chovesse nos locais de origem do fogo. No entanto, o centro-oeste brasileiro, bem como o norte e países vizinhos, têm enfrentado longos períodos sem chuva, o que impulsiona o fogo.
Dessa forma, a fumaça deverá estar presente no céu do Rio Grande do Sul novamente no fim do mês, entre os dias 25 e 27 de agosto.