O júri dos dois réus, acusados de cometer um triplo homicídio em Soledade, no norte do Estado, em dezembro de 2012, iniciou na manhã desta quarta-feira (22). As vítimas, Jânio Fernando da Silva Pena, 41 anos, Júlio César Santos, 31 anos, e José Carlos da Silva Moraes, 39 anos foram mortos a tiros durante um baile no salão comunitário do bairro Ipiranga.
O julgamento acontece no Fórum de Soledade e é presidido pelo Juiz de Direito titular da Vara Criminal, José Pedro Guimarães. Treze testemunhas arroladas pelo Ministério Público (MP) e defesa dos réus devem ser ouvidas em plenário, além dos interrogatórios dos dois réus. A previsão é de que o julgamento dure dois dias.
Nesta quarta-feira devem ser ouvidas as testemunhas do MP e parte das testemunhas da defesa. O interrogatório dos réus deve acontecer na quinta-feira.
Os réus, Amilton Lima dos Santos, 45 anos, e Ilton Lima dos Santos, 42, respondem por triplo homicídio duplamente qualificado e uma tentativa de homicídio duplamente qualificada. Segundo o Ministério Público (MP), o crime teria sido motivado por vingança, em função de brigas que os acusados haviam tido anteriormente com duas das vítimas e familiares delas.
Pela manhã, familiares das vítimas fizeram uma mobilização em frente ao fórum pedindo por justiça.
Relembre o caso
De acordo com a acusação, os réus teriam chegado ao baile em um carro escuro e entraram no salão armados. Aproximadamente cem pessoas estavam no evento.
Sem esconder os rostos, a dupla teria ido em direção a Jânio e Júlio César e atirado contra a cabeça e o peito deles. José Carlos, que não teria ligação com o desentendimento, foi alvejado enquanto tentava ajudar o sobrinho de uma das vítimas, Nicolas da Silva Pena, que também seria alvo da dupla naquela noite. Os irmãos chegaram a ser presos ainda em 2012, mas tiveram liberdade provisória concedida em 2014.
Contraponto
A advogada, Salete Canello, que representa o réu Amilton Lima dos Santos, declara que seu cliente agiu em legítima defesa:
— Houve uma tentativa de agressão por parte das vítimas. No curso do processo restou comprovada a existência de apenas uma arma de fogo e que a defesa sustenta que seria das vítimas. Em relação à outra vítima, o disparo foi acidental, ou seja, não houve a intenção de matar essa terceira pessoa, o que está comprovado nos autos e deverá ficar comprovado também durante o plenário do júri — diz.
GZH Passo Fundo tentou contato com a defesa de Ilton Lima dos Santos, que não retornou as ligações.