Nos últimos dias, uma transferência agitou o mercado da bola no Rio Grande do Sul. Na quarta-feira (24), o meia Edenilson, que anteriormente disputou mais de 300 jogos pelo Inter, foi apresentado pelo Grêmio, alimentando discussões entre torcedores da dupla Gre-Nal. As transferências entre clubes rivais, contudo, não são privilégio da Capital: recentemente, o meia Diogo Oliveira trocou o Passo Fundo por seu maior oponente, o Gaúcho.
Defensor do Tricolor do Planalto nas últimas duas temporadas, o jogador disputou 35 jogos e marcou três gols neste período. Presente no elenco do Passo Fundo até a eliminação do time da Divisão de Acesso no ano passado, ele acabou anunciado pelo Sport Clube Gaúcho no início de 2024, aos 42 anos.
Assim como Edenilson, que pregou respeito pelo Internacional, Diogo Oliveira também não criticou o Tricolor, mas já se sente à vontade no Alviverde.
— A gente procura se identificar ao máximo com o clube que a gente está trabalhando, assim como está acontecendo agora no Gaúcho. A torcida me recebeu muito bem, assim como o clube, os dirigentes e a comissão técnica, e isso faz eu me sentir em casa. Estou me sentindo bem, feliz, muito privilegiado de estar podendo vestir a camisa do Gaúcho hoje — disse o jogador.
Aliás, os discursos de Edenilson e Diogo Oliveira são muito parecidos. Quando questionados sobre a experiência de viver os dois lados da rivalidade, a resposta do jogador do Grêmio e do Gaúcho são similares.
— São duas equipes grandes. Duas equipes profissionais assim como eu também sou profissional. Então a gente tem que saber lidar com essa situação. Estou muito focado mesmo em ajudar o Grêmio a conquistar os objetivos no ano — afirmou Edenilson em sua apresentação no Tricolor da Capital.
— Eu sou um profissional de futebol, tenho orgulho do meu profissionalismo, da minha profissão. Hoje eu estou vestindo as cores do Gaúcho e tenho que dar o meu melhor, assim como dei um dia lá no Passo Fundo — explicou Diogo em entrevista para GZH.
Essa situação não é novidade para o atleta. Entre 2012 e 2014, ele jogou pelo Juventude. Em 2020, foi transferido para o rival, Caxias, clube que defendeu por duas temporadas.
— Para mim é um privilégio. Eu já tive esse privilégio jogando na Serra Gaúcha, onde no Clássico Ca-Ju vesti a camisa tanto do Juventude, quanto do Caxias. Agora estou tendo essa honra e esse privilégio de jogar o clássico da cidade com as duas camisas.
Clássico Ga-Pas
Diogo Oliveira já deixou a sua marca no clássico da cidade, fazendo gol Ga-Pas. Foi em 2022, no empate em 1 a 1, no Estádio Vermelhão da Serra. E o primeiro encontro com o ex-clube será neste domingo (28).
O duelo entre Gaúcho e Passo Fundo será o primeiro desta Divisão de Acesso e será disputado na Arena do Gaúcho, a partir das 11h. O meia ainda não sabe se começará o jogo como titular, mas garante que se marcar um gol contra o Passo Fundo não vai deixar de comemorar.
— Eu tenho que ter respeito pela camisa que estou vestindo no dia de hoje. E a camisa que estou vestindo, é a camisa do Gaúcho. Assim como eu fiz gol no clássico ano passado e comemorei pelo outro lado, se eu fizer gol, sem dúvida nenhuma eu vou comemorar.
Na reta final da carreira — é provável que este seja o seu último ano como atleta profissional —, o jogador se afeiçoou a cidade de Passo Fundo. Fixou residência no município com a sua família e já planeja o seu futuro, estudando para se tornar treinador de futebol.
— É bem provável que o Gaúcho seja o meu último clube. Até pela afinidade que senti nestes dois meses que a gente está trabalhando, pela forma que me receberam. Estou muito feliz.