Aconteceu na manhã desta sexta-feira (1º), em Tapera, no norte do RS, a abertura oficial da colheita da soja 2024. O evento, realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), reuniu produtores e palestrantes como Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), o deputado gaúcho Alceu Moreira (MDB) e o senador Luis Carlos Heinze (PP).
Entre os debates do evento, uma das cobranças foi com relação ao preço da saca da soja. Em 2022, por exemplo, quando havia alta demanda pelo grão pós-pandemia, os produtores vendiam a saca por R$ 200, em média. Agora, a situação é o inverso: com projeção de boa colheita, os preços médios estão atualmente em R$ 107 por saca no RS.
— Mais grave além da quebra é o preço, que a gente nunca viu uma quebra de safra com quedas de preços. O produtor rural, com o valor pago hoje pela soja brasileira, tem dificuldade de cumprir com seus compromissos. Quem é arrendatário, então, está fora do jogo, podemos dizer, nesses atuais valores. Se não houver uma reação de preços, com certeza o setor vai ter muita dificuldade — disse Antônio Galvan, presidente da Aprosoja Brasil.
A última projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), publicada em 10 de janeiro, prevê aumento de 68% na produção de soja para o RS em 2024, volume que deve chegar a 22 milhões de toneladas.
Ao todo, foram quase 7 milhões de hectares semeados no RS neste ano. A nova estimativa deve ser divulgada pela Emater na próxima semana, durante a Expodireto Cotrijal, que ocorre em Não-Me-Toque.