Mesmo com as contas em dia, vender o Hospital Prontoclínica já estava nos planos dos sócios fundadores desde 2020. Os serviços e o plano de saúde da instituição que beira os 50 anos foram adquiridos pelo Hospital de Clínicas de Passo Fundo por R$ 52 milhões no começo da semana.
Em coletiva de imprensa na tarde de terça (10), o médico e sócio fundador Julmar Biancini deixou claro que o valor de venda não era o que esperavam, mas a aquisição avançou e já é realidade.
A questão é: por que um serviço tradicional e consolidado abriria mão de um investimento de anos? Em coletiva de imprensa, o diretor da Prontoclínica, Rafael Biancini, resumiu:
— Não existiu uma sucessão familiar.
Biancini administra o negócio há cinco anos, mas por "livre e espontânea pressão", disse ele. O médico radiologista conciliou a direção da Prontoclínica com a administração do Cedil Diagnóstico por Imagem, empresa na qual deseja se dedicar 100% daqui para frente.
— Era o momento da família para que esse negócio acontecesse. Desde 2020 já havia a ideia da venda, mas não queríamos entregar aquilo de bandeja. A Prontoclínica nunca deu prejuízo. A rentabilidade foi menor nos últimos anos, mas sempre em níveis saudáveis — afirmou.
Desde que a intenção de venda começou a circular no mercado, o hospital recebeu diversas propostas — mas nenhuma à altura do empreendimento, afirmou Julmar. Segundo ele, houve muita procura de empresas que atuam fora de Passo Fundo, mas nenhuma das propostas agradou.
Interesse nos planos de saúde
Ao todo, a negociação com o HC levou cerca de cinco meses, mas o administrador da casa de saúde, Luciney Bohrer, já monitorava a possibilidade há pelo menos três anos.
Isso porque o Hospital de Clínicas tem interesse especial nos 11 mil beneficiários do plano de saúde da Prontoclínica, distribuídos em diversos municípios da região.
Em 2023, o HC já havia recebido uma consultoria que apontou a possibilidade de plano próprio para o hospital.
— Entendemos que o mercado vai mudar muito rápido e a verticalização é a saída nos próximos anos. Por isso vamos fazer um estudo de sinergia para rentabilizar e ampliar esse serviço — afirmou Bohrer.
Ele também citou como possibilidade a criação de uma área específica para geriatria, por exemplo. Mas tudo são planos: em dezembro e janeiro acontece o período de transição e a fusão deve ser concluída em 1º de fevereiro de 2025, quando o HC assume a operação dos serviços na Prontoclínica em definitivo.
Para comentários, dúvidas e sugestões de pauta entre em contato através do e-mail julia.possa@gruporbs.com.br.