O advogado Maurício Dal Agnol foi preso no fim da tarde desta segunda-feira (22) em Passo Fundo. Ele dirigia seu veículo pelas ruas da cidade quando foi cercado e parado por policiais federais. Dal Agnol não resistiu e foi levado no camburão da viatura para a Delegacia da Polícia Federal. O advogado estava solto devido a um habeas corpus, que suspendeu outra ordem de prisão contra ele em 30 de maio.
A decisão de prender ele desta vez é da juíza Ana Cristina Frighetto Crossi, da 3ª Vara Criminal de Passo Fundo, e atende a pedido do Ministério Público Estadual, que ingressou Com mais duas denúncias contra Dal Agnol. Numa delas, o advogado e mais três pessoas respondem por apropriação indébita, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e falsificação de papéis públicos. Na outra, apenas Dal Agnol é denunciado por posse de armas de uso restrito e receptação. Conforme a decisão da magistrada, a prisão tem o objetivo de garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal.
O delegado da Polícia Federal de Passo Fundo, Mauro Vinícius Soares de Moraes, conta que um dos motivos da prisão era o perigo de fuga do investigado.
"E ao cumprirmos a prisão, verificamos que realmente a nossa suspeita ela tinha fundamento. Foi apreendida considerável quantidade de dinheiro, passaporte mesmo vencido mas Com visto americano ainda válido, que tudo dava indicar que ele realmente estava se preparando para fugir", destaca o delegado.
O delegado conta que o dinheiro apreendido estava numa mochila dentro do carro.
"Informação que ele prestou que teria R$ 200 mil em dinheiro e mais cento e poucos mil reais em cheques", conta o delegado.
O valor ainda está sendo contado. O advogado é acusado de desviar dinheiro de clientes que moveram ações contra a extinta CRT, atualmente empresa de telefonia Oi. O golpe pode chegar a 100 milhões de reais, segundo as investigações da Polícia Federal. Ele chegou a ficar foragido nos Estados Unidos até conseguir o relaxamento da prisão.
Em Operação da Polícia Federal realizada no início do ano, foram apreendidos uma jatinho, processos judiciais, diversas armas de uso restrito das Forças Armadas, animais empalhados, além de uma grande quantidade de reais e dólares que ele guardava em casa, numa parede falsa. Além das ações criminais, o Ministério Público Estadual busca o ressarcimento aos clientes que foram lesados pelo advogado. A operação da Polícia Federal realizada no início do ano foi batizada de Carmelina, que é o nome de uma cliente idosa de Dal Agnol que morreu de câncer esperando o dinheiro desviado pelo advogado. Os advogados de Dal Agnol são do Paraná e preferem não falar Com a imprensa.