O Ministério Público do Paraná afirmou que presos da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), nunca deveriam ter sido transferidos para Cascavel, cerca de 400 km de Curitiba. Segundo o promotor de Justiça da Vara de Execuções Penais Flávio de Oliveira Santos, a Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC) não tem estrutura para atender esse perfil de criminoso.
Para ele, a rebelião que durou quase 45 horas ocorreu por falha de segurança por parte dos agentes penitenciários.
"Ela não tinha superlotação, as facções estavam separadas e ela é uma penitenciária nova. Sendo assim, lamentavelmente a gente é obrigado a confessar que a falha foi na segurança. Os agentes não poderiam deixar de ver os presos adulterarem as fechaduras", assegura.
Os presos do PCC pediam transferência para Curitiba,enquanto que os demais reclamavam da má qualidade da comida, da falta de material de higiene, de acompanhamento psicológico , entre outros. No final da tarde de segunda-feira (25) o governo estadual anunciou um acordo, que incluía a transferência de detentos para outras cadeias.
O motim deixou pelo menos cinco detentos mortos, dois deles decapitados, e 25 feridos. A rebelião iniciou na manhã de domingo e foi encerrada durante a madrugada desta terça-feira (26).
Conforme o promotor, a unidade cumpre todos os requisitos da lei de execução penal. A PEC tem 1.038 presos e 1.116 vagas.