Vereadores que integram a CPI que investiga a invasão da Câmara de Porto Alegre não entraram em acordo e pediram que o relatório final seja encaminhado por e-mail. Assim, a leitura do texto deve acontecer somente na quinta-feira (20). O documento final tem 66 páginas e como justificativa, alguns deles afirmaram que só podem debater o documento quando eles tiverem total consciência do conteúdo. A ocupação aconteceu entre os dias 10 e 18 de julho de 2013.
A CPI foi instalada na Casa Legislativa dois meses e um dia após a desocupação. Os vereadores realizavam, na época, uma sessão plenária quando manifestantes ligados ao Movimento Passe Livre (MPL) e ao Bloco de Luta pelo transporte público ocuparam o plenário Otávio Rocha solicitando concessão de passe livre para estudantes, idosos e desempregados, transporte 100% público na Capital e a abertura das contas das empresas de ônibus.
"(O relatório) Faz menção a todas as situações que foram postas no plano de trabalho, desde a utilização de crianças para cordão de isolamento, uso de drogas em plenário, impedimento na cobertura da imprensa, impedimento ao trabalho e ao pleno exercício do parlamento, vandalismo, atos de violência a credos religiosos, pessoas que colocaram fotos de parlamentares nas genitálias", disse o relator, vereador Márcio Bins Ely (PDT).
Segundo os vereadores, os mais de 10 dias de paralisação do legislativo municipal representaram mais de R$ 1 milhão de prejuízo aos cofres da Câmara. O relator afirmou que o documento não indica o nome de pessoas físicas que estavam presentes na ocupação.
O próprio presidente da CPI, vereador Reginaldo Pujol (DEM), admitiu que surgiu um impasse entre os vereadores que adiaram a divulgação do relatório final. Eles queriam adiar ainda mais a data, devido a leitura do relatório.
"Queria que amanhã (17) fosse feitra a reunião deliberativa. Houve descordância. (...) Quinta-feira (20) haverá a reunião definitiva dessa CPI para ouvir a leitura do relatório e ao mesmo tempo deliberar sobre o mesmo", disse o vereador.