
O número de pessoas mortas no terremoto que atingiu Mianmar em 28 de março superou a marca de 3 mil, segundo o balanço divulgado nesta quinta-feira (3) pela junta militar. O porta-voz Zaw Min Tun declarou que 3.085 pessoas morreram, 341 estão desaparecidas e 4.715 ficaram feridas no tremor de magnitude 7,7 que atingiu o país.
Tun anunciou que o país recebeu quase 1 mil toneladas de material de emergência e equipamentos de resgate de 17 nações.
— Prosseguimos com as operações de busca e resgate. Expressamos nossa gratidão à comunidade internacional e às equipes médicas por seu trabalho incansável — afirmou.
Na quarta-feira (2), dois homens foram resgatados com vida após ficar cinco dias sob os escombros de um hotel na capital de Mianmar e um terceiro, de uma pousada em outra cidade.
Novos resgates
Na capital de Mianmar, Naypyidaw, uma equipe de resgate turca e local utilizou uma câmera endoscópica para localizar Naing Lin Tun, 26 anos, em um andar inferior do hotel danificado onde ele trabalhava. Eles o retiraram cuidadosamente através de um buraco aberto com uma britadeira e o colocaram em uma maca quase 108 horas após ele ter ficado preso.
Sem camisa e coberto de poeira, ele parecia fraco, mas consciente, em um vídeo divulgado pelo Corpo de Bombeiros local, enquanto recebia soro intravenoso antes de ser levado para atendimento. A emissora estatal MRTV informou mais tarde que outro homem foi resgatado do mesmo prédio mais de 121 horas após o terremoto. Ambos têm 26 anos.
Outro homem, identificado como Tin Maung Htwe, foi resgatado por equipes da Malásia e de Mianmar de uma pousada desmoronada no município de Sagaing, próximo ao epicentro do terremoto, perto da segunda maior cidade do país, Mandalay.
Conflitos militares
Junto ao balanço do terremoto, o grupo ainda anunciou a retomada de suas "atividades de defesa" contra grupos rebeldes. Três grandes grupos armados de minorias étnicas anunciaram na terça-feira (1º) uma pausa de um mês nos conflitos para facilitar a distribuição de ajuda humanitária.
As Forças de Defesa Popular, grupo criado por dissidentes após o golpe militar de 2021, já haviam anunciado um cessar-fogo parcial após o terremoto. No entanto, o líder da junta, Min Aung Hlaing, respondeu que "atividades de defesa" contra "os terroristas" continuariam.
— Se alguns grupos étnicos armados não estão atualmente envolvidos em combate (...), estão se organizando e treinando para realizar ataques — disse em comunicado na noite de terça-feira.
Organizações humanitárias relataram que a resposta ao terremoto foi enfraquecida pelos combates entre militares e vários grupos rebeldes do país. Também há relatos de bombardeios das forças armadas contra posições rebeldes após o terremoto.