Dois jornalistas turcos foram detidos nesta quinta-feira (10), em meio a investigações sobre a compra de um veículo de comunicação, informou a Procuradoria-Geral de Istambul.
Os empregadores dos repórteres denunciaram o que consideram uma tentativa de silenciar a imprensa após a prisão do prefeito de Istambul, opositor do presidente Recep Tayyip Erdogan.
Segundo este órgão judicial, Timur Soykan e Murat Agirel, que tiveram suas casas revistadas, estão sob custódia por "ameaças" e "chantagem" no âmbito de uma investigação sobre a aquisição do canal de televisão turco Flash TV.
"Uma investigação com procedimentos de detenção, busca e apreensão está em andamento contra os suspeitos", afirmou a Procuradoria-Geral em um comunicado.
Os jornais de oposição Birgün e Cumhuriyet, para os quais trabalham, condenaram a ação, que, segundo eles, estava ligada às investigações dos jornalistas sobre a prisão, em março, do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu.
"O alvo do governo não é o crime ou os criminosos, mas os verdadeiros jornalistas que lutam para dizer a verdade", denunciou Ibrahim Aydin, presidente do conselho de administração do Birgün, no X.
Agirel e Soykan, considerados entre os jornalistas investigativos mais conhecidos do país, revelaram recentemente em um programa do YouTube o que eles alegam ser irregularidades nas investigações contra Imamoglu e outros prefeitos do CHP (partido social-democrata de oposição) de diferentes distritos de Istambul, disse a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) no Bluesky.
Um jornalista sueco também foi preso no final de março em Istambul sob a acusação de "terrorismo" e "insulto ao presidente" Erdogan.
* AFP