Um casal de alemães foi preso nesta quarta-feira (30) por manter seus dois filhos em cárcere privado por mais de três anos. Eles viviam em residência alugada em Oviedo, na região noroeste da Espanha.
As crianças, um menino de oito e outro de 10 anos, não eram escolarizadas, se encontravam "desassistidas" e viviam "rodeadas de lixo", segundo explicou a polícia local em uma coletiva de imprensa. Segundo os vizinhos, ninguém nunca saía da casa, alugada desde outubro de 2021, quando a pandemia de covid-19 ainda estava no auge.
Após serem alertados por um vizinho em 14 de abril, os agentes descobriram que na casa não vivia apenas um homem, como constava no registro. Considerando a quantidade de compras que era entregue no endereço, evidenciou-se que mais pessoas moravam na residência.
O casal é formado por um homem alemão e uma mulher com nacionalidade teuto-americana (origem germânica e norte-americana). Eles armazenavam grande quantidade de medicamentos e viviam em meio a problemas problemas de higiene e insalubridade na residência.
De acordo com a imprensa espanhola, as crianças estavam usando fraldas e três máscaras cirúrgicas cada. O pai pediu aos policiais que colocassem uma máscara antes de entrar na casa para fazer a busca.
— O fato de que utilizava máscaras pode ser anedótico ou pode ter uma base — indicou o delegado Francisco Javier Lozano García, que disse que a investigação deverá determinar "como chegaram até aqui, o que lhes motivaram a vir morar na Espanha (...) e o que lhes motivou a ficar tanto tempo presos em uma casa dessa forma".
O inquérito busca esclarecer o que motivou o casal a mudar-se na Espanha e o porquê de viverem tanto tempo presos dentro da casa, sem contato exterior. Após a intervenção dos agentes, os meninos receberam assistência médica imediatamente e foram enviados a um centro de menores.
Dentro da residência, as persianas estavam fechadas e o cheiro era horrível. Quando saíram da casa, os meninos "tocaram com fascínio a grama, como se nunca tivessem estado ao ar livre antes", descreveu o jornal La Razón.
