
O papa Francisco, hospitalizado há mais de um mês em razão de uma pneumonia, não precisou utilizar máscara de oxigênio durante a noite, informou o Vaticano nesta terça-feira (18), em um momento em que sua saúde melhora gradualmente.
Os médicos do hospital Gemelli, em Roma, indicaram que Francisco, 88 anos, encontra-se estável, após um período crítico marcado por crises respiratórias que fizeram temer por sua vida, embora ainda não tenham especificado quando ele poderá deixar o hospital.
Na tarde de terça-feira, o Vaticano informou que o Papa não utilizou a máscara de oxigênio durante a noite. No entanto, advertiu que isso não significa que ele não precise mais do equipamento, que tem sido usado durante grande parte de sua hospitalização.
Em vez da máscara, na noite de segunda-feira o Papa utilizou cânula, um tubo de plástico inserido nas narinas que fornece oxigênio em alto fluxo.
O estado do Papa "melhora" e ele está "estável", embora seu "quadro clínico continue complexo", informou o Vaticano nesta terça-feira.
Papa pede o fim dos conflitos no mundo
No hospital, Francisco tem trabalhado sempre que possível, alternando momentos de descanso com oração. Isso incluiu a escrita de uma carta divulgada nesta terça-feira, enquanto segue hospitalizado em Roma, na qual pediu o fim dos conflitos armados no mundo.
"Temos que desarmar as palavras para desarmar as mentes e desarmar a Terra. Há uma grande necessidade de reflexão, de calma, de senso de complexidade", escreveu o pontífice argentino de 88 anos ao diretor de um dos principais jornais da Itália, o Il Corriere della Sera, em uma carta datada de 14 de março.
"A guerra parece ainda mais absurda (...) nos momentos de doença", acrescentou o Papa, hospitalizado desde 14 de fevereiro no hospital Gemelli, em Roma, devido a uma pneumonia dupla.
No texto, o Papa também faz um apelo aos jornalistas, "a todos aqueles que dedicam seu trabalho e inteligência à informação", pedindo-lhes que "captem toda a importância das palavras".
"As palavras nunca são apenas palavras: são fatos que estruturam os ambientes humanos. Elas podem unir ou dividir, servir à verdade ou abusar dela", enfatizou.
Além disso, o pontífice destacou que "as religiões podem se apoiar na espiritualidade dos povos para reacender o desejo de fraternidade e de justiça, a esperança da paz".
Apesar de sua recuperação, continuam as especulações sobre a possibilidade de que ele renuncie ao cargo devido à sua fragilidade, seguindo o exemplo de seu antecessor, Bento XVI.
No entanto, o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, número dois da Santa Sé, afirmou na segunda-feira que, em nenhum momento, a renúncia do Papa foi considerada:
"Não, não, não, de forma alguma", respondeu de maneira categórica.