
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (11) que deve entrar em contato com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ainda nesta semana.
A declaração foi dada no mesmo dia em que a o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, aceitou uma proposta dos EUA para um cessar-fogo de 30 dias na guerra entre Rússia e Ucrânia.
Zelensky afirmou que os Estados Unidos precisam "convencer" a Rússia a aceitar o cessar-fogo. Ele acrescentou que a Ucrânia vê essa proposta de trégua de forma "positiva".
"A Ucrânia aceita essa proposta. Estamos dispostos a adotar uma medida como essa", escreveu Zelensky em uma rede social.
Trump acrescentou que o presidente ucraniano seria bem-vindo de volta à Casa Branca, apesar da discussão entre os dois no dia 28 de fevereiro.
O líder ucraniano também disse que os Estados Unidos "entendem nossos argumentos, captam nossas propostas" e agradeceu a Donald Trump pela "conversa construtiva" entre as equipes de ambos os países.
"A Ucrânia está pronta para a paz. A Rússia deve demonstrar se está disposta a pôr fim à guerra ou a continuá-la", acrescentou Zelensky.
O chefe da administração presidencial ucraniana, Andrii Yermak, que participou das negociações em Jidá, disse:
— Eu acho que a expectativa em relação à Rússia não vem só da Ucrânia. Eu acho, a partir da declaração conjunta de hoje, que essa é a expectativa do mundo. A Rússia precisa dizer muito claramente, eles querem paz ou não? Eles querem acabar com essa guerra que eles começaram ou não?
Tensão entre presidentes
Nas últimas semanas, as conversas entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, foram marcadas por tensão.
No dia 28 de fevereiro, em um encontro no Salão Oval, na Casa Branca, os dois presidentes chegaram a "bater-boca".
Em um momento, Trump levantou a voz e chamou o ucraniano de "desrespeitoso".
Em outra ocasião, o americano falou que lhe parecia ser "mais fácil" lidar com a Rússia do que com a Ucrânia para pôr fim à guerra e que confia em seu par russo, Vladimir Putin.
Como começou a guerra?
O conflito explodiu no Leste Europeu em fevereiro de 2022, mas a tensão era crescente desde 2014, quando a Rússia invadiu e ocupou a península da Crimeia. No Donbass, região leste da Ucrânia, combatentes separatistas, com o apoio russo, lutavam contra tropas do governo pela independência das regiões de Donetsk e Luhansk.
Tendo como argumento a defesa da população falante russa na região, o presidente Vladimir Putin reconheceu, em 21 de fevereiro de 2022, a autonomia dessas áreas. Três dias depois, invadiu a Ucrânia, uma ex-república soviética, independente desde 1991. O pano de fundo da crise foi a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para o Leste.
O conflito começou cedo em 24 de fevereiro de 2022. Por volta das 5h (horário local de Moscou, meia-noite no Brasil), o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a operação militar de invasão ao país vizinho.
Inicialmente, a expectativa era de que os ataques ficassem restritos às duas regiões reconhecidas por ele como independentes na última segunda-feira (21): Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia. No entanto, ao longo do dia, a realidade foi de explosões em diferentes regiões ucranianas, inclusive a capital, Kiev.
À época, a reação internacional ocorreu de forma contundente. Membros da Organização das Nações Unidas (ONU), da União Europeia e de países como China, França, Alemanha e Reino Unido reagiram à invasão, seja condenando ou pedindo moderação.