
Os rebeldes Houthis no Iêmen ameaçaram neste domingo (16) responder aos bombardeios americanos contra vários redutos do grupo que deixaram pelo menos 31 mortos e 101 feridos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia prometido no sábado (15) o "inferno" aos "terroristas Houthis" após os rebeldes anunciarem ataques contra embarcações comerciais e Israel.
O Irã, principal apoiador dos Houthis, condenou os ataques, que chamou de "bárbaros", contra o Iêmen e afirmou que adotará represálias contra qualquer ofensiva. Os militantes Houthis, que controlam várias áreas do Iêmen, incluindo a capital Sanaa, afirmaram que os ataques americanos de sábado "não ficarão sem resposta".
"Nossas Forças Armadas estão prontas para responder escalada por escalada", afirma um comunicado divulgado pelo escritório político dos rebeldes. Estes foram os primeiros ataques americanos contra os Houthis desde que Trump retornou à Casa Branca em 20 de janeiro.
Em uma mensagem em sua rede social Truth Social, o republicano anunciou uma "ação militar decisiva e poderosa", com "força letal avassaladora até atingirmos o objetivo".
Entenda o conflito no Iêmen
Os Houthis fazem parte do que o Irã chama de "eixo de resistência" contra Israel, que também inclui o movimento islamista palestino Hamas, o Hezbollah libanês e as milícias do Iraque.
Os Houthis já executaram ataques com mísseis contra Israel e vários navios que acusam de vínculos com aquele país. O grupo justifica suas ações em nome da solidariedade com os palestinos após o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023.
Após a entrada em vigor, em 19 de janeiro, de uma frágil trégua em Gaza depois de 15 meses de guerra, os Houthis pausaram seus ataques. Contudo, em 11 de março, depois que Israel se recusou a permitir a entrega de ajuda humanitária a Gaza, anunciaram a intenção de retomar os ataques contra navios comerciais que passam pelas costas do Iêmen e que consideram vinculados a Israel.
Diante das exigências de Trump de que o Irã pare de apoiar os Houthis, o general Hussein Salami, comandante da Guarda Revolucionária iraniana, declarou que Teerã "não busca a guerra, mas se alguém o ameaçar, dará respostas apropriadas, determinadas e definitivas".
Por sua vez, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, conversou com o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, e disse que "não serão tolerados os contínuos ataques dos Houthis contra embarcações militares e comerciais americanas no Mar Vermelho". A Rússia é um aliado próximo do Irã.
Lavrov respondeu que todas as partes devem abster-se do "uso da força" no Iêmen e iniciar um "diálogo político", segundo Moscou.
Os ataques dos Houthis contra navios interromperam o tráfego no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, uma área marítima essencial para o comércio mundial. Os EUA decidiram criar uma coalizão naval multinacional e atacar alvos rebeldes no Iêmen, às vezes com a ajuda do Reino Unido.