
O crescimento da produção, da venda interna e da exportação de veículos em fevereiro atesta o bom momento do setor automotivo brasileiro. Com o avanço das vendas no país e exterior, a produção em fevereiro foi a mais alta desde 2019. No acumulado do ano, o volume produzido foi o maior desde 2021.
A produção de veículos em fevereiro foi acompanhada pelo salto de 14,8% no volume acumulado no bimestre, também o melhor para o período desde 2012. Boa parte da alta na produção ocorreu pela recuperação da exportação neste início de ano, tendência que começou no segundo semestre de 2024.
A produção de 217.361 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus saltou 23,8% na comparação com janeiro e 14,6% na comparação com fevereiro 2024. Com 202.906 unidades, os automóveis e comerciais leves cresceram 22,5% sobre janeiro e 14,5% em relação a igual período do ano passado. Apenas automóveis foram 154.924 (mais 14,8% e 10,1%) e comerciais leves, 47.982 (mais 56% e 31,2%).

O segmento de caminhões saltou 49,9% com 11.970 unidades sobre janeiro e 17,8% em comparação com fevereiro de 2024. O setor de ônibus teve 2.485 unidades, salto de 37.6% na comparação com janeiro e 9,6% sobre fevereiro do ano anterior.
O resultado acumulado do ano de 392.902 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus cresceu 14,8% em relação ao mesmo período de 2024. Automóveis e comerciais leves foram 368.600 unidades, mais 15,1%, caminhões – 20,011, mais 10,5% e ônibus – 4.291, mais 11,1%.
Todos segmentos em alta

A venda de veículos cresceu em fevereiro e no bimestre que teve o maior volume acumulado desde 2020 com mais de 356 mil unidades. Em fevereiro, a média diária de 9.248 emplacamentos subiu 19% em relação a janeiro e a venda direta saltou 39%.
A aceleração da entrega de veículos do programa Caminho da Escola e o reaquecimento do transporte municipal puxaram o segmento de ônibus. No caso dos caminhões, o crescimento ainda decorreu das encomendas feitas durante a Fenatran.
A elevação da taxa de juros preocupa os fabricantes e poderá refletir nos números dos próximos meses. Ao contrário dos segmentos de veículos leves, caminhões dependem essencialmente de financiamento para a venda.
A participação dos veículos importados no volume de emplacamentos é destacada pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Marcio de Lima Leite, que alerta a elevação contínua da participação de importados, que neste ano está acima de 21%.
- Desde 2012 não havia uma presença tão grande de modelos estrangeiros nas vendas, e boa parte dessa elevação se deve a veículos de fora do Mercosul, em especial os eletrificados chineses -, afirmou o executivo.
Lima Leite reiterou a necessidade da aplicação imediata do Imposto de Importação de 35% para todos, independentemente de origem ou motorização.
Venda atinge níveis pré-pandemia

A venda de veículos aumentou 8% sobre janeiro com 184.960 registros e mais 11,9% na comparação com fevereiro de 2024. O crescimento sobre o mesmo mês do ano passado representa o quarto período consecutivo com a venda em alta atinge os níveis pré-pandemia.
Em fevereiro foram emplacados 174.042 automóveis e comerciais leves, mais 8,7% na comparação com janeiro mais 11,9% sobre fevereiro de 2024. Apenas automóveis foram 134.828 (mais 9,3% e mais 12%) e comerciais leves 39.214 (mais 7% e mais 11,5% ).
Os 8.867 caminhões emplacados caíram 4,7% sobre janeiro e mais 7,1% na comparação com o mesmo mês de 2024. Os 1.951 ônibus representaram mais 9,4% e o salto de 45,8%.
Os 356.208 registros do bimestre cresceram 9% na comparação com o mesmo período de 2024. Foram 334.096 automóveis e comerciais leves (mais 9%), 18.377 caminhões (mais 10,8%) e 3.735 ônibus (50,1%).
Em fevereiro foram vendidos 16.200 veículos eletrificados, dos quais, 6.000 híbridos, 5.700 híbridos plug-in e 4.500 elétricos.
O salto da exportação

A exportação mantive o ritmo elevado dos últimos seis meses como reflexo do comportamento dos mercados da América do Sul, em especial a Argentina, principal mercado do país. A participação do México, que despencou 25% em 2024, retornou a segunda posição com 14% dos embarques.
A Argentina representou 62% da exportação brasileira no bimestre com 47.875 veículos, seguida pelo México com 14% e 11.014 unidades, Uruguai – 8% e 5.881, Chile – 4% e 3.288, e Colômbia - 3% e 2762.

Os 48.030 veículos embarcados cresceram 67,4% sobre janeiro e 56,4% sobre igual período de 2024. Foram 45.234 automóveis e comerciais leves(mais 63,3% e 55,9%), 2.308 caminhões (mais 126,5% e 73,7%) e 488 ônibus (mais 63,8% e 36,7%).
Em valores, a exportação corresponde a US$ 1,150.696 bilhão, mais 42,5% na comparação com janeiro.
No bimestre foram embarcados 76.718 veículos, mais 54,9%, dos quais 72.605 automóveis e comerciais leves (mais 54,9%), 3.327 caminhões (mais 70,3%) e 786 ônibus (mais 67,2%). Em valores o total acumulado de US$ 1,958.477 bilhão representa o salto de 31,9%.

Os veículos importados representaram 21% das vendas do bimestre, a maior desde 2012. A importação acumulada no bimestre é de 75.168 veículos, dos quais 35.488 da Argentina (47%), 20.825 da China (28%), 5.250 do México (7%), 4.110 da Alemanha (5%), 2.926 do Uruguai (4%), 1.786 da Tailândia (2%) e 4.789 outros (6%).
Do estoque de 252,4 mil veículos, 132,2 estavam nos concessionários e 120,2 mil nas montadoras. O estoque corresponde a 38 dias, dos quais, 20 nos revendedores e 18 nos fabricantes.