
Em novo boletim divulgado por volta das 15h45min desta quinta-feira (6), o Vaticano informou que o Papa Francisco "permaneceu estável em relação aos dias anteriores". Ainda conforme a nota, "os parâmetros hermodinâmicos e os exames de sangue permaneceram estáveis" e "ele não apresentou febre".
Nesta quinta, o pontífice continuou realizando fisioterapia respiratória e motora. Os médicos ainda mantêm o prognóstico reservado. Ele também se dedicou a algumas atividades de trabalho durante a manhã e a tarde, alternando descanso e oração.
Como os últimos comunicados sobre a saúde do papa apresentam estabilidade do quadro clínico, o Vaticano informou que só deve emitir um novo boletim médico no sábado (8).
Devido à pneumonia dupla, o papa está hospitalizado desde 14 de fevereiro no hospital Gemelli, em Roma. Na última segunda-feira (3) o pontífice sofreu “dois episódios de insuficiência respiratória aguda”.
Hospitalização mais longa do Papa
No hospital Gemelli, que o papa João Paulo II chamava de "Vaticano III", o jesuíta argentino alterna descanso, orações e fisioterapia para se recuperar de uma pneumonia nos dois pulmões que provocou vários episódios de insuficiência respiratória.
Esta é a internação mais longa do pontificado de Francisco, que não aparece em público desde que foi hospitalizado e perdeu a oração do Angelus nos últimos três domingos, algo inédito desde a sua eleição em 2013. A equipe médica do Papa não se pronunciou sobre quanto tempo ele permanecerá internado ou sobre o período de convalescença se conseguir superar a doença, o que gera inquietação entre os fiéis.
Na terça-feira (4), fiéis argentinos colocaram diante do hospital uma estátua de Nossa Senhora de Luján, com um véu azul e branco, para a qual Francisco costumava rezar em peregrinação quando era arcebispo de Buenos Aires.
Pedidos de oração e apoio de fiéis
Diante do hospital Gemelli, que já tratou da saúde de diferentes pontífices, muitos fiéis se aproximaram para acender velas com o rosto de Francisco em sinal de apoio. A Igreja pediu a todos os católicos do mundo que rezem pela saúde do Papa.
Apesar dos frequentes problemas de saúde dos últimos anos — entre eles, de quadril e dores no joelho que o obrigam a se locomover em cadeira de rodas, operações e infecções respiratórias —, o argentino Jorge Bergoglio manteve uma agenda cheia e declarou que não tem a intenção de reduzir o ritmo de trabalho. Os médicos insistem que ele deveria interromper um pouco as atividades.
Inchaço no rosto do Papa
Nas últimas semanas, o inchaço observado no rosto do Pontífice chamou a atenção do público. Apesar dos problemas de saúde enfrentados por Francisco, não é possível afirmar a causa desta condição, considerando que o Vaticano não ofereceu detalhes sobre o seu estado de saúde.
De acordo com Alessandro Pasqualotto, chefe do serviço de Infectologia do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Misericórdia, diversos são os fatores capazes de provocar essa aparência pelo corpo.
— Esse inchaço não parece ter relação com a infecção atual e nem tampouco com os antibióticos que ele possa estar usando. Mas, sim, talvez denote a presença de outra condição de saúde, que não está clara e não está revelada — pontua.
Histórico de hospitalizações
A hospitalização do Papa, a quarta em menos de quatro anos, reacendeu o debate sobre a sua saúde, especialmente porque a internação ocorre no início do ano jubilar da Igreja Católica, o que significa uma longa lista de eventos, muitos deles presididos por Francisco.
Antes da internação, em 14 de fevereiro, Francisco pareceu debilitado, com o rosto inchado e a voz entrecortada. Ele delegou em várias ocasiões a seus assistentes a leitura de seus discursos.
Desde a sua eleição, ele sempre deixou aberta a opção de renunciar caso a saúde o impedisse de continuar desempenhando suas funções, como fez o seu antecessor, Bento XVI, o primeiro Papa desde a Idade Média a renunciar, alegando problemas de saúde.
O que é infecção polimicrobiana
As infecções polimicrobianas são causadas por diferentes bactérias atuando simultaneamente no organismo, podendo ser uma ação combinada com vírus, fungos e parasitas.
Ou seja, esta condição não é considerada uma doença isolada, mas sim um fator que pode complicar quadros já existentes. A condição não é rara e acomete mais as pessoas idosas.
Quando afeta as vias respiratórias, a infecção pode provocar sintomas como tosse, falta de ar, febre, fadiga e chiado no peito, semelhantes aos da pneumonia e de outras doenças respiratórias.