A ONU está preocupada com as "graves consequências" para a população civil em Gaza da interrupção da distribuição de eletricidade por Israel no território palestino, que já está privado de fornecimento de combustível há uma semana.
A decisão de Israel "é muito preocupante. Sem eletricidade e com o combustível bloqueado, as últimas usinas de dessalinização de água, centros de saúde e padarias em Gaza podem fechar, com consequências graves para os civis", disse um porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em um e-mail à AFP.
O porta-voz Seif Magango enfatizou que, como potência ocupante, Israel tem a obrigação legal de atender às necessidades da população do território que controla.
Além disso, bloquear o acesso à ajuda dessa forma "com o objetivo de pressionar uma parte de um conflito armado, impondo dificuldades a toda a população civil, levanta sérias preocupações sobre a noção de punição coletiva", diz Magango.
No domingo, Israel cortou o fornecimento de eletricidade para a Faixa de Gaza para aumentar a pressão sobre o Hamas, desconectando a única linha de energia que abastece uma usina de dessalinização de água.
Há mais de uma semana, também impede a entrada de qualquer ajuda humanitária no pequeno território palestino, onde mais de 2 milhões de pessoas vivem em condições precárias.
Uma delegação israelense era esperada em Doha nesta segunda-feira para negociações indiretas sobre a continuidade do frágil cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza.
* AFP