
O papa Francisco, ainda fraco, chegou ao Vaticano neste domingo (23) após mais de cinco semanas hospitalizado com pneumonia bilateral.
Antes de deixar o Hospital Gemelli, em Roma, ele cumprimentou e agradeçou aos fiéis reunidos em frente à casa de saúde.
O líder dos 1,4 bilhão de católicos do mundo, que passou mais de cinco semanas no hospital lutando contra uma pneumonia, ficou na sacada por dois minutos e recebeu alta em seguida.
Ele saiu de carro, acenando da janela fechada do banco da frente enquanto passava por jornalistas, usando uma cânula, um tubo de plástico inserido em suas narinas que fornece oxigênio.
Francisco parecia cansado e mais magro do que o habitual. Os médicos disseram que sua saúde melhorou o suficiente para voltar para casa, embora tenha de enfrentar uma longa recuperação de pelo menos dois meses.
Em sua oração dominical do Angelus, o Papa escreveu que estava "triste com a retomada do intenso bombardeio israelense na Faixa de Gaza" e exigiu seu fim "imediato".
Francisco não preside a oração do Angelus desde 9 de fevereiro. Desde então, faltou à cerimônia por cinco semanas consecutivas, algo sem precedentes desde sua eleição.
Alta aguardada
A alta do pontífice, cuja condição melhorou gradualmente nas últimas semanas, era aguardada com ansiedade em meio a crescentes dúvidas sobre sua capacidade de retomar suas atividades.
Sua equipe médica anunciou sua alta do Hospital Gemelli de Roma no sábado (22), mas explicou que ele terá que passar por "uma longa convalescença" de "pelo menos dois meses".
— O hospital, embora possa parecer estranho, é o pior lugar para convalescença: é onde a maioria das infecções são contraídas — explicou o médico Sergio Alfieri em entrevista coletiva.
O pontífice ficou "muito feliz" quando soube que deixaria o hospital, continuou Alfieri.
— Estava há três ou quatro dias nos perguntando quando poderia voltar — disse ele.
A saúde do papa "está melhorando" e "esperamos que possa retomar suas atividades normais em breve", disse o médico da equipe Luca Carbone no sábado.
O Dr. Alfieri, no entanto, minimizou essa declaração:
— A convalescença é, por definição, um período de recuperação, então é claro que durante o período de convalescença não poderá manter seus compromissos diários habituais.
O esclarecimento foi importante, considerando que o jesuíta argentino tinha um ritmo de trabalho frenético, conciliando reuniões e celebrações religiosas com viagens.
Jorge Bergoglio permaneceu em assistência respiratória por várias semanas. Para recuperar o uso da sua voz, continuará suas sessões de reabilitação.
— Quando se sofre de pneumonia bilateral, os pulmões são afetados e os músculos respiratórios também apresentam problemas — explicou Alfieri.
— Levará algum tempo para que a voz volte a ser a mesma — completou.
Francisco, que perdeu parte de um pulmão quando era jovem, sofreu diversas infecções respiratórias ao longo dos anos. Os médicos só o declararam fora de perigo depois de um mês no hospital.
Momentos críticos
Durante o período de internação, o Pontífice teve momentos em estado "crítico" e enfrentou crises respiratórias que geraram grande preocupação sobre sua saúde e estabilidade. Ele precisou do auxílio de ventilação mecânica não invasiva e oxigenação de alto fluxo, que foram sendo retiradas progressivamente.
Após tratamento intensivo e acompanhamento médico constante, a Santa Sé anunciou que o Papa apresentou progressos significativos nas últimas semanas, o que permitiu a liberação para Francisco continuar sua recuperação fora do hospital.
No Gemelli, Francisco também comemorou 12 anos à frente da Igreja Católica, com bolo e velas.