Até 2030, os produtos da Coca-Cola serão responsáveis por uma estimativa de 602.000 toneladas de resíduos plásticos que entram nos oceanos e cursos d'água do mundo a cada ano, de acordo com uma nova análise publicada nesta quarta-feira (26) pela organização sem fins lucrativos Oceana.
Isso é o suficiente para encher o estômago de 18 milhões de baleias.
O relatório chega em meio à crescente preocupação pelos riscos que a proliferação de microplásticos representa para a saúde humana, que os cientistas vinculam cada vez mais ao câncer, à infertilidade e às doenças cardíacas.
"A Coca-Cola é, de longe, o maior fabricante e vendedor de bebidas do mundo", afirmou Matt Littlejohn, que lidera as campanhas da Oceana dirigidas às empresas contaminadoras.
"Por isso, são realmente importantes quando se trata do impacto de tudo isso no oceano".
A Coca-Cola é o maior poluidor de plástico a nível mundial, seguida da PepsiCo, Nestlé, Danone e Altria, segundo um estudo de 2024 publicado na Science Advances.
A previsão da Oceana se baseia nos dados de envases publicados pela Coca-Cola entre 2018 e 2023, combinados com as estimativas de crescimento das vendas.
O resultado: projeta-se que o uso de plástico pela companhia supere os 4,13 milhões de toneladas anuais até 2030.
A ONG aplicou um método científico apresentado na revista Science em 2020 para estimar a proporção desse plástico que pode acabar com os ecossistemas aquáticos, obtendo um total de 602.000 toneladas, equivalente a quase 220 bilhões de garrafas de 500 ml.
Para a Oceana, a solução mais clara para reduzir essa cifra assombrosa passa por recuperar as embalagens reutilizáveis, seja na forma de garrafas de vidro retornáveis, que podem ser reutilizadas 50 vezes, ou de embalagens de plástico PET mais grosso, que são produzidos para 25 usos.
* AFP