A cotação do cobre superou a barreira de 10.000 dólares (56.000 reais) nesta quinta-feira (20) na Bolsa de metais de Londres, o maior nível registrado desde outubro, devido às compras das empresas americanas, que temem novas tarifas sobre o metal.
Às 7h30 GMT (4h30 de Brasília) no LME, a tonelada de cobre era negociada a 10.007,5 dólares.
"É algo lógico que as empresas americanas tentem constituir reservas, porque a administração americana ameaça impor tarifas punitivas", afirmou Thu Lan Nguyen, analista do Commerzbank.
Em um discurso no Congresso no início do mês, o presidente americano Donald Trump anunciou que adotaria novas tarifas sobre o cobre.
Caso isto aconteça, "os Estados Unidos dependeriam mais de sua capacidade de fundição de cobre, limitada a duas grandes fundições", uma vez que o país importa quase metade do que consome do metal, explicou Alan Bush, analista da ADM Investors.
O plano de estímulo ao consumo na China para reativar o crescimento econômico, anunciado pelo governo no domingo, também impulsionou a demanda pelo cobre.
"A fragilidade do dólar é outro fator do aumento do preço dos metais", disse à AFP Giles Plumb, da StoneX.
Como o cobre é negociado em dólares, quando a moeda americana desvaloriza o preço é menos oneroso para os outros países, o que estimula a demanda e aumenta a cotação.
Mas os preços podem cair rapidamente se Trump adotar novas tarifas porque o aumento do preço reduziria a demanda.
O cobre, muito utilizado na indústria, é particularmente sensível ao estado da economia mundial, que pode sofrer um abalo se o aumento das tarifas desencadear uma guerra comercial.
* AFP