
O Ministério de Finanças do Canadá informou na quarta-feira (12) que irá impor, a partir desta quinta (13), uma tarifa adicional de 25% sobre 29,8 bilhões de dólares canadenses (R$ 120,5 bilhões) em produtos fabricados nos Estados Unidos, incluindo aço e alumínio, depois que o governo Trump avançou com taxas globais sobre as importações desses dois materiais.
A ministra de Assuntos Internacionais do país, Mélanie Joly, afirmou que a única causa aparente para as tarifas impostas pelos EUA seria a meta do presidente Donald Trump de anexar o Canadá como 51º Estado. Ela destacou que a soberania do Canadá não é negociável.
Direcionando-se aos americanos, Mélanie disse que não é o Canadá que está elevando os preços nos Estados Unidos, colocando os seus empregos em risco. Ela acrescentou que irá trabalhar com a União Europeia para se defender das tarifas dos EUA.
Segundo a ministra, europeus, britânicos e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, conversarão em Quebec, durante a reunião do G7. O encontro entre ministros de Relações Exteriores das sete economias mais desenvolvidas começou na quarta-feira e vai até sexta (14), no Canadá.
O Ministério da Indústria do Canadá sinalizou ainda que lutará pelo setor automotivo. De acordo com a Bloomberg, as medidas retaliatórias do Canadá também se aplicarão a itens de consumo, como computadores e artigos esportivos. Os novos impostos correspondem às tarifas dos EUA "dólar por dólar", disse o ministro canadense das Finanças, Dominic LeBlanc.
Ao mesmo tempo, as autoridades canadenses afirmam que continuam em busca de uma saída para a guerra comercial. LeBlanc deve se reunir com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, nesta quinta-feira e terá a companhia do primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, e do ministro da Indústria canadense, François-Philippe Champagne.
União Europeia
Ainda na quarta-feira, a União Europeia anunciou que irá taxar uma série de produtos dos Estados Unidos a partir de 1º de abril.
"Enquanto os EUA aplicam tarifas no valor de US$ 28 bilhões (R$ 163 bilhões), estamos respondendo com contramedidas no valor de 26 bilhões de euros (R$ 165 bilhões)", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em comunicado.
"Nós sempre permaneceremos abertos à negociação. Acreditamos firmemente que, em um mundo repleto de incertezas geopolíticas e econômicas, não é do nosso interesse comum sobrecarregar nossas economias com tarifas", declarou ainda.
A presidente da comissão também disse que, além de aço e alumínio, a medida abrange artigos têxteis, couro, eletrodomésticos, ferramentas, plásticos e madeira. Produtos agrícolas também serão impactados — incluindo aves, carne bovina, alguns frutos do mar, nozes, ovos, açúcar e vegetais.