Um alto funcionário do Vaticano rejeitou, nesta quinta-feira (13), a proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de deslocar os palestinos da Faixa de Gaza e afirmou que eles devem "permanecer em sua terra".
"Este é um dos pontos fundamentais da Santa Sé: nenhuma deportação", disse o cardeal secretário de Estado Pietro Parolin, o número dois do Vaticano, à margem de um encontro, segundo a agência de notícias Ansa.
Deslocar os palestinos provocaria tensões regionais e isso "não faz sentido", já que países vizinhos como a Jordânia são contra a ideia, acrescentou.
"A solução, na nossa opinião, é a de dois Estados, porque isso também significa dar esperança à população", disse.
O presidente americano surpreendeu o mundo inteiro na semana passada quando, ao receber na Casa Branca o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, propôs que Washington assumisse o controle de Gaza e que seus habitantes fossem realocados em países da região, como Egito e Jordânia.
O papa Francisco também criticou esta semana os planos de Trump de realizar deportações em massa de imigrantes irregulares nos Estados Unidos.
Em uma carta dirigida aos arcebispos americanos, o jesuíta argentino pediu para "não ceder às narrativas que discriminam e fazem sofrer desnecessariamente nossos irmãos migrantes e refugiados".
Para o pontífice, trata-se de uma "crise importante" que "fere a dignidade" das pessoas.
Em resposta, Tom Homan, principal responsável pela política de fronteiras de Trump, disse: "Quero que ele se concentre na Igreja Católica e trate disso, e nos deixe cuidar da vigilância das fronteiras."
* AFP